domingo, 27 de julho de 2008

Brasil cai e perde o bronze em sua última partida antes das Olimpíadas de Pequim

Após o tropeço diante dos EUA, seleção é derrotada pela Rússia e fica fora do pódio da Liga Mundial pela primeira vez em dez temporadas

GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro


Gustavo em sua última partida com a camisa da seleção brasileira em solo nacional

Os atuais campeões olímpicos de vôlei tentaram, mas não conseguiram juntar os cacos após o inesperado tropeço diante dos Estados Unidos e perderam, neste domingo, a disputa pelo bronze da Liga Mundial 2008. Em um Maracanãzinho desta vez não tão cheio, a seleção masculina foi superada pela Rússia, por 3 sets a 1 (25/23, 25/19, 23/25 e 25/19), e ficou fora do pódio pela primeira vez em dez temporadas, a primeira na "Era Bernardinho", que começou em 2001. Foi a última partida antes dos Jogos Olímpicos de Pequim e, para Gustavo e Anderson, a última com a camisa verde e amarela em solo nacional.

Não foi possível superar a tristeza de ter perdido a chance de conquistar o octacampeonato, tampouco recuperar a confiança. Na terça-feira, a seleção embarca para a China, onde buscará a segunda medalha de ouro consecutiva.
Confiança não faltava à torcida. Quando os meninos de ouro entraram em quadra, o público acompanhava o cantor Sérgio Loroza nos versos de Gonzaguinha: “Eu acredito na rapaziada”. O repertório incluía somente canções de incentivo, como “É hoje”, samba-enredo da União da Ilha, em 1982.

Giba tenta dar ânimo à equipe

André Heller mais uma vez foi o titular e, em um ataque para fora, cedeu o primeiro ponto para os russos. Giba, explorando o bloqueio, marcou o primeiro da seleção (2 a 1).
- Vamos, moçada! Vamos! – gritava o capitão, antes de a Rússia abrir 4 a 1.
Quando o placar estava 7 a 4 para os russos, os brasileiros reclamaram de uma condução de Kosarev. Nada adiantou. Foram para o tempo técnico em 8 a 5.
O Brasil empatou pela primeira vez (8 a 8) com dois pontos de saque de Giba, que comemorou muito junto ao líbero Serginho. O grandalhão Volkok, de 2,10m, pôs os russos novamente na frente (12 a 10), mas os brasileiros seguiram na cola, com bons serviços. E foi justamente assim, numa pancada de Dante, que a seleção ultrapassou os rivais: 13 a 12.
Em um ataque para fora de Giba, os russos abriram três pontos (18 a 15), e Bernardinho pediu tempo. Era difícil acompanhar o ritmo dos rivais, que jogavam sem dois titulares: Khamuttskikh (capitão) e Poltavskiy. Volkok conseguiu o primeiro set point, mas sacou na rede. Tempo técnico. Anderson foi para o saque e Kosarev fechou em 25 a 23.
Com Giba sacando, o Brasil abriu 3 a 0 no segundo set. Em um dos pontos, deu uma bolada em cima de Verbov, seu companheiro de clube. Mas, ao pisar na linha dos 3m, o capitão cedeu o empate aos rivais, pouco antes de eles passarem os brasileiros pela primeira vez na parcial, em 6 a 5.
A partida era equilibrada, e a diferença entre as equipes não era maior do que três pontos. Marcelinho, ao bloquear para tentar evitar o 21º ponto da Rússia, foi atingido pelo cotovelo de Gustavo e machucou o pescoço. Foi substituído por Bruninho.
- Está bom coisa nenhuma! O que está acontecendo? – gritava Bernardinho.
A bronca foi antes do set point russo, em um bloqueio (24 a 19). Set para a Rússia em ace de Mikhayalov.

Bernardinho quase rasga a camisa; Giba é guerreiro em quadra

Na terceira parcial, a torcida continuava incentivando. O grito era "Eu acredito", que ficou famoso ao ser ecoado pela torcida do Fluminense durante a final da Taça Libertadores. Dentro da quadra, porém, o único que ainda parecia acreditar era Giba. No banco, Bernardinho coçava a cabeça, como se não soubesse mais o que fazer. No tempo técnico, pediu força no saque.
Na raça, Dante fez com que o Brasil passasse à frente: 20 a 18. E Giba, com um ace, mostrou que ainda havia esperança. André Heller aumentou a vantagem para quatro pontos, após quatro saques do capitão. Os rivais, porém, não desanimaram. Giba, em mais uma pisada na linha, deixou que eles encostassem: 23 a 22. Bernardinho parou o jogo. Em um saque para fora, set point para a seleção. Berehzko salvou em um ataque, mas, sem seguida, Anderson cravou como se aquela fosse sua última chance e fechou o set.

Após o vacilo no terceiro set, os russos voltaram à quadra dispostos a pôr fim ao jogo. Abriram 8 a 3 antes do tempo técnico. Bernardinho quase rasgava a camisa. Parecia prever o que estava por vir. O Brasil tinha breves suspiros com Giba, mas era pouco. A diferença foi a oito pontos - 17 a 9, e Rodrigão entrou no lugar de Gustavo. Guerreiro, Giba chegou a oular as placas para salvar o 18º ponto russo. Não conseguiu. Só vontade não bastava. Era preciso mais. Um algo a mais que a seleção não teve. A Rússia fechou em 25 a 19 e garantiu o bronze.

Fonte:globoesporte.com


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