terça-feira, 10 de março de 2009

Sucessão presidencial, Aécio inicia caminhada pelo Brasil e critica cúpula do PSDB


João Barroso e Aécio Neves em Itapipoca. (Foto : Eldem)

"Não se constrói projeto para o país da av. Paulista", diz Aécio

Por Marcelo Portela

BELO HORIZONTE (Reuters) - Deixando de lado sua costumeira diplomacia, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), fez duras críticas ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e à cúpula do partido por sua discordância na realização de prévias pela legenda para a escolha do candidato que vai disputar a Presidência em 2010.

"Não se constrói um projeto para o país de alguns gabinetes ou da avenida Paulista. Se constrói caminhando pelo país. E é o que eu estou me dispondo a fazer, sempre com o sentido da unidade", disse Aécio, que já tem viagem marcada para Pernambuco na próxima semana.

A declaração foi feita um dia após o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticar a campanha pela realização de prévias no partido para escolha do candidato do PSDB à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o ex-presidente, os governadores "têm que trabalhar" ao invés de viajar pelo país em pré-campanha.

"Talvez não tenham passado para ele (FHC) com clareza a minha proposta. Seria importante que nos fins de semana nós pudéssemos andar pelo país. Porque, além das nossas tarefas administrativas, nós temos também responsabilidades políticas na construção de um partido, na construção de propostas", afirmou Aécio.

Analistas acreditam que Aécio tem mais chances de obter a indicação do partido por meio de prévias, enquanto o outro candidato, o governador de São Paulo, José Serra, tem a simpatia da cúpula tucana.

"E acho, inclusive, que o presidente Fernando Henrique seria uma figura muito importante nessas viagens. No seu caso, talvez ele possa até viajar além dos finais de semana. Não há divergência ente nós", completou.

Aécio, que já havia convidado Serra para participar das viagens, voltou a defender a união da legenda em torno de um projeto comum e lembrou que a eleição não está garantida apenas com a escolha do candidato.

"O PSDB estará unido, mas nós não ganhamos essa eleição de forma antecipada como alguns parecem demonstrar. Longe de ser o governador Serra --mas para algumas figuras do partido-- parece que basta apenas nós termos um candidato que ganhamos as eleições", alertou.

Para Aécio, as prévias são "instrumento extremamente importante" e uma forma de obter a união em torno de um projeto. "Eu não as vejo como instrumento de divisão do partido, como alguns insistem em colocá-las. Vejo as prévias como oportunidade extraordinária até mesmo de o PSDB se contrapor à movimentação do outro campo, que cada vez será maior daqui por diante", afirmou.

IBGE: PIB per capita sobe 4% em 2008 para R$ 15.240

Da Agência Estado


O Produto Interno Bruto (PIB) por habitante no Brasil ficou em R$ 15.240,00 em 2008, o que representou uma alta de 4% em relação ao PIB per capita do ano anterior. Em 2007, a expansão do PIB per capita havia sido um pouco maior, de 4,5%, em relação a 2006. O IBGE fez o cálculo por habitante foi feito a partir da divisão do valor do PIB brasileiro em 2008, de R$ 2,9 trilhões, pela população residente na metade do ano, de 189,6 milhões de habitantes.

A gerente de contas trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, disse que o aumento do PIB per capita foi menor no ano passado do que no ano anterior porque acompanhou a pequena desaceleração no próprio crescimento do PIB, que havia sido de 5,7% em 2007 e passou para 5,1% em 2008.

PIB tem queda de 3,6% no 4º trimestre, a maior desde 1996

Queda foi registrada frente ao 3º trimestre de 2008.
Em 2008, PIB cresceu 5,1% e chegou a R$ 2,9 trilhões.

Do G1, em São Paulo e no Rio

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficou 3,6% menor no último trimestre de 2008, na comparação com o período imediatamente anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10). A queda foi a maior desde o início da série, iniciada em 1996.

Foto: Editoria de Arte/G1

No acumulado do ano, no entanto, o PIB cresceu 5,1% e chegou a R$ 2,9 trilhões. O IBGE também revisou para cima o crescimento do PIB de 2007, para 5,7%. Na comparação com o quarto trimestre de 2007, a economia brasileira registrou expansão de 1,3%.

A maior influência para a queda registrada no quarto trimestre frente ao trimestre anterior veio da indústria, que "encolheu" 7,4%, no maior recuo desde o período de outubro a dezembro de 1996, quando a queda foi de 7,9%. Na agropecuária, a queda foi de 0,5%, enquanto o setor de serviços recuou 0,4% no último trimestre de 2008, frente ao mesmo período do ano anterior.

“O que se observa é que todos os setores tiveram uma desaceleração no 4º trimestre. O único que não desacelerou foi Administração Pública, que é calculado com pessoal ocupado da Administração Pública. Pela ótica da produção, a queda da indústria foi a maior (-7,4%), que tem peso de 28%. Pela ótica da demanda o setor mais afetado foi investimentos”, diz Rebeca Palis, gerente de Contas Trimestrais do IBGE.

Na comparação trimestral, os investimentos das empresas e o consumo das famílias também registraram recuos. A formação bruta de capital fixo teve queda de 9,8%, a maior da série do IBGE. Já o consumo das famílias ficou 2,0% menor, na primeira queda desde o segundo trimestre de 2003.

Exportações e importações de bens e serviços também caíram, 2,9% e 8,2%, respectivamente, na primeira queda desde 2005. Já a despesa de consumo da administração pública cresceu 0,5%.

Crise

Para Rebeca Palis, a crise abortou o crescimento contínuo do PIB. "Houve uma ruptura, mas não dá para dizer se isso vai mudar o patamar".

"Nesse momento é difícil fazer qualquer interpretação desses dados porque o quarto trimestre é completamente atípico. O (resultado) do quarto trimestre era inesperado, com uma crise ímpar e que teve um impacto forte. Houve desaceleração, mas saber qual o ponto principal que levou a isso, no momento atual, não dá para saber. Para um quadro mais detalhado será preciso esperar. Quais são os impactos futuros disso ainda não dá para dizer", diz Roberto Olinto, coordenador de Contas Nacionais.

PIB anual

Em 2008, o PIB a preços de mercado acumulado cresceu 5,1% em relação a 2007. Com isso, o PIB per capita atingiu R$ 15.240, segundo os dados do IBGE, um crescimento de 4% frente ao ano anterior.

Foto: Editoria de arte/G1

"A média anual de crescimento do PIB nos últimos dez anos (1999-2008) foi de 3,3%, e a do PIB per capita foi 2,0%", apontou Rebeca Palis. "A média anual dos últimos 5 anos (2004-2008) do PIB foi 4,7%, e do per capita (3,5%)", explica.

Entre os setores, a agropecuária foi a atividade com maior crescimento no ano passado, de 5,8%. Os destaques positivos na produção agrícola do ano foram: trigo (47,5%), café em grão (25,0%), cana (19,2%), milho em grão (13,3%), arroz (9,7%), feijão (5,0%) e soja (3,4%).

A indústria fechou o ano com alta de 4,3%, com destaque para a construção civil (8,0%). Em seguida, veio a eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (4,5%). A extrativa mineral subiu 4,3%, em decorrência, principalmente, do crescimento anual de 5,2% na produção de petróleo e gás e de 1,9% na produção de minério de ferro. A indústria da transformação apresentou elevação de 3,2%.

No setor de serviços, que registrou crescimento de 4,8%, as maiores altas vieram dos subsetores de intermediação financeira e seguros (9,1%), serviços de informação (8,9%) e comércio (6,1%).

Consumo das famílias cresce pelo quinto ano

Na análise da demanda, a despesa de consumo das famílias registrou seu quinto ano consecutivo de alta, de 5,4%. A formação bruta de capital fixo cresceu 13,8% frente a 2007, no maior crescimento anual desde 1996.

No setor externo, as exportações de bens e serviços tiveram queda de 0,6% e as importações de bens e serviços elevação de 18,5%.

A taxa de investimento no ano de 2008 foi de 19,0% do PIB, a maior desde o início da série iniciada em 2000. Já a taxa de poupança alcançou 16,9% do PIB, inferior à taxa apresentada nos quatro anos anteriores.

Veja o crescimento do PIB de outras regiões em 2008

País/Região Variação do PIB
China 9,0%
Brasil 5,1%
México 1,3%
Espanha 1,2%
EUA 1,1%
Alemanha 1,0%
União Européia 0,9%
Zona do Euro 0,8%
Reino Unido 0,7%
Canadá 0,5%
Japão -0,7%
Itália -1,0%.

Fonte: Institutos de Estatística/Banco Central

Leia mais notícias de Economia e Negócios

Leia mais notícias de indicadores de mercado

Colegas de trabalho descobrem que são pai e filho no RS

Eles se chamam Lucien e não querem fazer exame de DNA.
Rapaz de 22 anos é fruto de um relacionamento rápido dos pais.

Do G1, em São Paulo, com informações do ClicRBS*


Lucien (filho) e Lucien (pai) descobriram parentesco durante conversa sobre pronúncia do nome (Foto: Marcelo Oliveira/Diário Gaúcho/Ag.RBS)

Dois colegas de trabalho descobrem que são, na verdade, pai e filho durante brincadeira na empresa em que trabalham, em Porto Alegre. A semelhança do nome deles gerou a curiosidade sobre a origem da identificação e o resultado das conversas entre Lucien Reis, 54 anos, e Lucien Lima, 22 anos, foi a união familiar.

A pronúncia do nome pouco comum, de origem francesa, foi capaz de unir o que o destino separou por longos anos. Funcionários em uma empresa de operações de marketing, o supervisor de equipe Lucien (pai) e o divulgador Lucien (filho). Bastou o mais velho tentar ensinar o mais novo a falar o próprio nome, para que surgisse a primeira conversa.

saiba mais

"Quis saber quem havia escolhido o nome dele. Quando me disse que tinha sido a própria mãe, fiquei ainda mais curioso e perguntei outras coisas", disse o supervisor.

"Ela disse que o nome era o mesmo do meu pai. Foi um relacionamento rápido, mas minha mãe o amava e o homenageou", disse o filho.

Ao saber que o jovem não conhecia o pai, o supervisor pediu uma descrição da mãe. Logo, não restaram dúvidas, o rapaz poderia ser filho de Lucien Reis. "Gelei com tanta coincidência. Eu caí para trás", disse o mais novo. "E eu caí para frente. Foi um choque", disse o mais velho.

Naquela mesma noite, o rapaz detalhou toda a situação para a mãe. Ela, surpresa, reafirmou a história. Na época, quando soube que estava grávida, afastou-se do namorado porque ele tinha um relacionamento paralelo.

Ainda mais nervoso com a afirmativa, Lucien (filho) tratou de separar fotos da mãe na juventude e, garante, esperou acordado até amanhecer. "Se tínhamos alguma dúvida, sumiu quando o meu pai viu a foto dela. Demorei ainda para acreditar", disse o filho.


Exame de DNA

Desde o primeiro contato, ambos acabaram selando uma forte amizade. Tanto que Lucien (pai), mesmo sem ter dúvidas da paternidade, não pretende fazer exame de DNA. "Somos muito parecidos. Temos os mesmos gestos e modos de falar. Somos rabugentos, exigentes e dispostos ao trabalho. Acho que sou parecido com meu pai", disse o mais novo.

O relacionamento entre os dois, que se iniciou há pouco mais de um ano, ficou intenso. No Natal passado, ambos decidiram ficar juntos. Neste verão, o jovem passou alguns dias na praia com o pai e a madrasta. Ele também conheceu tios e primos.

"Não tivemos afinidade nesses mais de 20 anos. Não o peguei no colo. Não pude ensinar os primeiros passos. Mas, quem sabe, os próximos eu possa ensinar", disse o pai.