quinta-feira, 23 de abril de 2009

Rodovia no 'coração' da Amazônia não trará danos ambientais, promete ministro

Reservas podem garantir proteção da floresta, afirma Alfredo Nascimento.
Ministro dos Transportes respondeu a perguntas enviadas por internautas.

Iberê Thenório Do Globo Amazônia, em São Paulo


Mais de 130 questões foram enviadas ao ministro Alfredo Nascimento. (Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr)

O início das reformas da BR-319, programado para agosto, não vai provocar devastação, porque a estrada vai estar cercada de parques e reservas, além de ter postos de fiscalização. A afirmação é do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, em entrevista exclusiva ao Globo Amazônia.

A rodovia liga Porto Velho, em Rondônia, a Manaus, no Amazonas. Com 880 quilômetros, nos anos 80 chegou a ser toda asfaltada. Mas hoje quase metade do caminho é intransitável, tomado pelo mato.

A afirmação do ministro vai contra o que dizem os ambientalistas. Para eles, a BR-319 pode abrir uma nova frente de desmatamento, justamente em um dos pontos mais conservados da Amazônia.

O ministro Nascimento respondeu a perguntas dos leitores do Globo Amazônia. Mais de 130 questões foram enviadas. Para atender ao maior número de leitores, condensamos algumas delas. No final do texto, participe e deixe seu comentário.


João Batista (Manaus-AM), Ricardo Braga-Neto (Manaus-AM) e Vagner de Souza (Brasópolis-MG) - A reforma da BR-319 (Porto Velho-Manaus) não pode causar uma corrida ao desmatamento, como ocorreu com a BR-163 (Cuiabá-Santarém)? O que vocês estão fazendo para evitar que isso aconteça?

O licenciamento ambiental da BR-319 nos obriga a criar unidades de conservação [parques e reservas]. Vamos contratar a implantação e sinalização de 11 unidades de conservação federais e mais seis estaduais [no Amazonas]. Haverá um cinturão verde ao longo de toda a rodovia, impossibilitando a entrada de pessoas

Na BR-319 não será derrubada nenhuma árvore nova."

Na BR-319, estamos falando de quase 400 quilômetros em uma área de várzea. Para se construir a estrada, tem que se elevar a altura da rodovia para que ela fique, durante seis meses, com os dois lados cheios de água. Então, a madeira que tem lá é não serve para madeireiros, porque passa boa parte do tempo dentro d’água, não é uma madeira de qualidade. Além disso, por exigência do Ibama, serão instalados seis portais de fiscalização ao longo da estrada, mais três [portais] fluviais.

Quando falamos da BR-319, se tomarmos todos os cuidados que devemos tomar, não vamos causar nenhum dano ao meio ambiente. Não será derrubada nenhuma árvore nova.

Antonio Prado Júnior (Aracaju-SE), Arciso Antonio Bazanella, Jorge Eduardo, José Pedro Lagni, Mário Jorge Silva Almeida, Paulo Henrique Paixão, Rui Pivotto, Sérgio Pereira Bolanumi e Thiago Maia Andrade - As ferrovias também não seriam uma boa alternativa para a Amazônia, inclusive para a BR-319? Por que o estado investe tão pouco nesse tipo de transporte?


Para construir uma ferrovia se demanda mais recursos e mais tempo. Nós já temos, nos dois extremos da BR-319, trechos que podem estar prontos até o final de 2009. Além disso, essa estrada já existia, mas está estragada. Ela precisa ser adequada à nova realidade, à nova capacidade de peso dos veículos que cruzam a rodovia. Já a ferrovia sairia do quilômetro 250 até o 600, aproximadamente. Seria uma ferrovia em que você viria de uma rodovia, desceria a carga, colocaria em um trem... Seria uma ferrovia que ligaria nada a lugar nenhum.

Seria possível até pensar em fazer uma ferrovia ligando o trecho todo, mas há que se registrar que a BR-319 terá todos os cuidados para que não ocorra o que ocorreu na BR-163.


Carlos, Everaldo Martins, Gustavo, Mauro - Com tantos rios na região amazônica, por que não se investe mais no transporte fluvial, que é mais barato e causa menos impacto ao meio ambiente?

  • O trânsito nos nossos rios é feito ainda em condições muito primárias."

O país, ao longo dos anos, inverteu o modal de transporte. O natural é que se tenha um privilégio muito maior para ferrovias e hidrovias do que para rodovias, mas infelizmente o modal de transporte que foi implantado pelo governo brasileiro ao longo de décadas foi rodoviário. Regiões pobres, como a nossa região amazônica, foram deixadas de lado, pois praticamente não têm rodovias. O meu estado [o Amazonas], por exemplo, tem duas rodovias, a BR-319 e a BR-174. O resto do acesso - às cidades, às vilas, ao desenvolvimento, à saúde, à educação - é feito pelos rios.


O trânsito nos nossos rios é feito ainda em condições muito primárias. Não há profissionalismo nesse tipo de transporte e não há a segurança devida. Estamos tentando mudar isso criando estruturas ao longo desses rios, pois todos eles são navegáveis, especialmente no nosso estado.


Nós desenvolvemos um projeto de porto para a região, que chamamos de terminal hidroviário amazônico, que é um modelo que leva em consideração a subida e descida dos rios ao longo do tempo. Assim o acesso da população e das cargas que chegam aos municípios é feito em uma condição bem melhor. Também já fizemos a sinalização e balizamento do Rio Madeira, estamos estudando a sinalização dos rios Purus e Juruá. Também devo assinar nos próximos dias uma portaria para regulamentar o transporte de passageiros e cargas na região.


Anézia, Antonio Carlos Moura Monteiro (São Luís-MA), Antônio de Lima Santos, Célio Esteves, Cristiano Teixeira Sales, Deusdete José da Silveira, Ely Silva, Fagner Mendes Lemos, João Paulo da Silva (Confresa-MT), Justino da Silva Bequiman, Leonardo Reis (Terra Nova do Norte-MT), Lorena Vilas (Salvador-BA), Luiz Antonio Bortolanza, Mário de Miranda, Nivaldo Meira da Silva, Oseano Bezerra de Araújo, Paulo Roberto, Raimundo, Rodrigo Dos Passos (Costa Marques-RO), Samir Saba Ruggiero e Sebastião Perpétuo - Por que as rodovias federais, especialmente as da Amazônia, são tão mal conservadas?


Essas rodovias foram construídas há mais de 30 anos, quando não existiam os tipos de veículos que existem hoje. A capacidade de peso dessas rodovias era muito baixa, de menos de 10 toneladas. Hoje, as rodovias federais exigem pelo menos 45 toneladas, em função dos novos caminhões, treminhões, das cargas que cruzam essas estradas.
No caso da BR-319, lá no Amazonas, eu já poderia tê-la recuperado se a tivesse mantido no padrão antigo, com uma capacidade para suportar peso que não iria atender a nossa demanda, especialmente as da Zona Franca de Manaus. Então, em vez de fazer a recuperação, nós vamos ter que reconstruir. Por isso é necessário fazer um licenciamento ambiental, que leva tempo, e as exigências são muitas. Temos que tratar essas rodovias, especialmente as da região amazônica, com um cuidado muito especial.


Emerson Jorge Auler (Humaitá-AM), Edílson Rodrigues de Lima, Flávio Marcelo de Lorena, Hermes Corrêa Bessa, Jardel Moreira Cavalcante,, Josimar Rodrigues da Silva (Humaitá-AM) e Raider Lopes Martins - Quando a BR-319 e a BR-163 ficarão prontas?


A previsão de conclusão da BR-319 é para 2010. A licença prévia está prevista para o dia 30 de abril. Com base nessa licença, vamos dividir o meio da rodovia [trecho central intransitável de 400 quilômetros] em oito lotes. Serão oito empresas trabalhando ao mesmo tempo, o que vai significar menos de 50 quilômetros para cada uma das empresas. Nos extremos dela, em 2009 [a obra] já estará concluída. O problema é que começamos a recuperação desses extremos e o [Ministério do] Meio Ambiente passou a exigir a contratação de um EIA/RIMA [Estudo e relatório de impactos ambientais]. Tivemos que suspender a parte do meio para que os cuidados com o meio ambiente fossem tomados. A expectativa é que no meio de agosto as obras da parte central sejam iniciadas.

Em relação à BR-163, após conseguirmos o licenciamento, as empresas que haviam vencido as licitações desistiram da licitação argumentando que os preços estavam defasados. O Tribunal de Contas não aceitou a atualização dos preços. Tivemos que fazer uma nova licitação, mas já estamos trabalhando em um trecho lá no Pará de cerca de 120 quilômetros, que o exército está fazendo. Estamos também trabalhando em outro trecho em Mato Grosso. A nossa expectativa é que, neste segundo semestre, estejamos trabalhando nela a todo vapor.

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Poluição do ar pode contribuir contra aquecimento global, diz estudo

Pesquisadores dizem que plantas capturam mais carbono com céus cinzentos.

Da BBC

Uma pesquisa publicada esta semana afirma que a poluição do ar pode estar ajudando no combate ao aquecimento global ao melhorar a forma como as plantas absorvem o gás carbônico.

O estudo, publicado na revista "Nature", afirma que, desde os anos 60, o aumento do nível de poluição atmosférica provocou uma expansão da capacidade das plantas em capturar dióxido de carbono.

Os cientistas sugerem que houve um aumento de 10% na quantidade de dióxido de carbono que é capturado pelas plantas.

Um dos sensos comuns da ciência é que as plantas crescem melhor em dias de sol, mas a nova pesquisa afirma que isso não é necessariamente verdade.

Segundo o estudo, florestas e colheitas também podem se beneficiar de dias cinzentos, porque as nuvens e partículas na atmosfera difundem melhor a luz do sol e espalham a luminosidade, que atinge mais folhas.

Isso aperfeiçoa o processo de fotossíntese, no qual as plantas transformam luz e gás carbônico em alimento.

'Escurecimento global'

Os cientistas analisaram o impacto nas plantas dos céus mais cinzentos e com menos luminosidade - fenômeno observado no mundo desde os anos 1960, com o aumento da poluição.

Eles acreditam que o "escurecimento global" foi responsável por aumentar a produtividade das plantas em 23,7% entre 1960 e 1999.

O estudo sublinha alguns dos paradoxos que surgem quando se tenta combater o aquecimento global.

Na medida em que o mundo tenta reduzir a fumaça e as partículas da atmosfera para beneficiar a saúde da população, isso fará com que seja necessário aumentar ainda mais os esforços para captura de dióxido de carbono, já que as plantas absorverão menos gás carbônico quando o ar está mais puro.

"[Com o combate ao aquecimento global], o ar ficará mais puro, e a contribuição que a difusão da radiação dá ao ambiente vai desaparecer", disse à "Nature" a cientista Lina Mercado, do Centro de Ecologia e Hidrologia de Wallingford, na Grã-Bretanha. "Nós precisamos levar isso em conta."


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Banco Mundial destinará US$ 35 bilhões em dois anos para a América Latina

Recursos para o Brasil também serão estendidos, afirma Robert Zoellick.
Meta é que haja recursos para garantir programas sociais brasileiros.

Da Agência Estado


O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, participou de conferência de imprensa nesta quinta-feira (Foto: AP)

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, afirmou nesta quinta-feira (23) que a América Latina deve receber US$ 35 bilhões ao longo de dois anos e que a instituição ampliará os financiamentos para o Brasil, mas não citou valores específicos.

Zoellick reconheceu que o Brasil começou a crise "em posição melhor, pois nos últimos dez anos fez muito para desenvolver reservas internacionais, melhorou produtividade, tem o tipo de programa que mencionei (social), mas inevitavelmente será também atingido pela crise mundial". O país tem a vantagem de ter uma economia de dimensão continental, então pode depender mais da demanda doméstica, completou.

Zoellick citou o Bolsa Família como um dos exemplos de programas de transferência de renda para suporte e segurança social. O México também foi lembrado por seus programas. Ele disse que este tipo de programa, com destinação de recursos equivalente a "menos de 1,5% ou 1% do PIB" do país em que é implementado, "mostra que se pode fazer verdadeira diferença com programas modestos".

Pobreza

No entanto, Zoellick observou que, mesmo com população crescente de renda média, ainda há muitas pessoas pobres. "E muitos destes pobres têm muito pouco ou nenhum amortecedor (proteção contra a crise)".

Ele comparou os efeitos da crise nos países desenvolvidos, citando que nestas economias a população perde casas e carros. "(Quando o choque atinge as economias em desenvolvimento), não há lugar para se ir, não tem comida, não tem proteção. Então este é um exemplo de onde precisamos trabalhar com as autoridades brasileiras", afirmou.

Segundo o presidente do Banco Mundial, o país "tem boas estruturas em ação, mas precisa assegurar que haja o recurso necessário".

Protecionismo

Zoellick expressou preocupação com a contínua aplicação de medidas restritivas aos fluxos do comércio pelos países do G20, apesar das promessas que fizeram de evitar políticas protecionistas. Desde o encontro do G20 de 2 de abril, nove países já tomaram ou consideraram tomar 23 medidas restritivas, disse em entrevista concedida em Washington, antes do Encontro de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) no fim de semana.

"Com o aprofundamento da recessão, os governos serão pressionados a proteger os mercados domésticos", disse Zoellick. "Tais retrocessos tornarão a crise econômica pior."

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Juros do cheque especial voltam a subir em março, informa BC

Juros do cheque especial sobem a despeito da queda em outras linhas.
Taxa média geral, e para pessoas físicas, caíram em março, diz BC.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília

Na contramão do observado em outras taxas de juros, tanto para empresas quanto para pessoas físicas, os juros cobrados pelos bancos em suas operações com o cheque especial de pessoas físicas subiram em março deste ano, revelam informações divulgadas nesta quinta-feira (23) pelo Banco Central.

No mês passado, os juros médios do cheque especial somaram 169,1% ao ano, contra 166,7% ao ano em fevereiro. Ou seja, um aumento de 2,4 pontos percentuais.

Pré-crise

Em fevereiro, tanto a taxa do cheque especial, quanto a de outras linhas de crédito para pessoa física, já haviam retornado ao nível pré-crise. Mesmo com a subida em março, a taxa do cheque especial ainda continua abaixo da observada em setembro do ano passado (170,2% ao ano). As demais taxas cobradas pelos bancos (com exceção da conta garantida - para empresas) caíram em março, e por isso, seguem em patamares observados antes do agravamento da crise financeira, em setembro de 2008, com impactos de outubro em diante na economia.

Histórico

Os juros do cheque especial vinham recuando desde janeiro deste ano, quando somaram 172% ao ano. Em dezembro do ano passado, estavam em 174,9% ao ano. A queda registrada no início do ano continuou em fevereiro, com a taxa média recuando para 166,7% ao ano - que foi o menor nível desde agosto de 2008. Em março, a sequência de quedas foi interrompida, com o aumento para 169,1% ao ano.

Inadimplência e atrasos

As instituições financeiras voltaram a elevar os juros do cheque especial, no mês passado, apesar da queda da inadimplência registrada nesta linha de crédito, que se caracteriza por atrasos acima de 90 dias. A inadimplência do cheque especial, que estava em 10,6% em dezembro, caiu para 10,2% em janeiro e fevereiro. Em março, recuou mais ainda: para 9,7% ao ano (a menor desde outubro do ano passado).

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, observou, entretanto, que os "atrasos" de pagamento (pela definição, demora de 15 a 90 dias para pagamento das dívidas, e que não é a mesma coisa que inadimplência), cresceu de 5%, em fevereiro, para 5,4% em março deste ano, o que é o maior valor de toda a série histórica do BC, iniciada em julho de 1994.

"Este é o maior atraso da série histórica. Não dá pra dizer que justifica [o aumento da taxa de juros do cheque especial efetuado pelos bancos]. Mas é a única explicação que eu tenho. Poderia ser um comportamento defensivo [dos bancos]", avaliou Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do BC.

Crédito pessoal e aquisição de veículos

Para o crédito pessoal, das pessoas físicas, entretanto, a taxa caiu de 54,5% ao ano em fevereiro para 50,8% ao ano em março. O mesmo aconteceu para a aquisição de veículos, cuja taxa média dos bancos passou de 31,8% ao ano, em fevereiro, para 29,7% ao ano em março.

Taxas médias

A taxa média de juros, de todas as operações bancários com recursos livres (sem direcionamento específico), caiu de 41,3% ao ano em fevereiro para 39,2% ao ano em março, o menor nível desde junho do ano passado, informou o BC.

Já a taxa dos bancos em suas operações com pessoas físicas recuou de 52,6% em fevereiro para 50,1% ao ano no mês passado - o nível mais baixo também desde junho do ano passado.

Para as pessoas jurídicas, a taxa média cobrada pelas instituições financeiras recuou de 30,9% ao ano em fevereiro para 28,9% ao ano em março, a menor desde setembro de 2008.

Outra exceção à queda quase generalizada dos juros bancários em março, foi a "conta garantida" de empresas - linha de crédito que se assemelha ao cheque especial de pessoas físicas. Neste caso, os juros cobrados pelos bancos subiram de 77,1% ao ano em fevereiro para 79,6% ao ano em março.

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Rio Negro continua subindo e Defesa Civil ajuda ribeirinhos

Moradores do Norte e Nordeste do país sofrem prejuízos com a chuva.
Já no Rio Grande do Sul, a preocupação é com a estiagem.

Do G1, com informações do Bom Dia Brasil

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A chuva continua causando estragos no Norte e Nordeste do país. No Amazonas, o Rio Negro está sendo monitorado. Na quarta-feira (22), o nível chegou a 28,46 metros, 23 centímetros a mais do que o registrado em 22 de abril de 1953, quando houve a maior cheia em todo o estado. Em junho do mesmo ano, o nível bateu seu recorde: 29,69 metros.

Veja o site do Bom Dia Brasil

Mais de 180 mil pessoas foram atingidas no interior do estado. Os mais afetados são os ribeirinhos, que já recebem apoio da Defesa Civil. Em Manaus, mais de 20 mil famílias vivem em áreas de palafitas. A situação de 3 mil famílias está sendo monitorada.

Bahia

Em Salvador, a Defesa Civil registrou mais de 600 ocorrências em decorrência das chuvas, como queda de árvores, alagamento e deslizamentos de terra. O caso mais grave foi a morte de um bebê de um mês, atingido por um pedra que caiu sobre a casa onde ele estava.

Segundo especialistas, 70% das construções são irregulares em Salvador e oferecem riscos à população. O prefeito da capital baiana, João Henrique, decretou situação de emergência. Isso vai permitir a liberação imediata de recursos.

Maranhão

No Maranhão, a cidade de Pedreiras é uma das mais atingidas. O Rio Mearim, que passa pela região, continua subindo. Pelo menos 1.700 famílias estão alojadas em abrigos públicos, mas o número de pessoas que perderam tudo com a enchente pode ser bem maior. A Defesa Civil pode recorrer à polícia, nesta quinta-feira, para remover quem insiste em continuar em áreas de risco.

Rio Grande do Sul

Já no Rio Grande do Sul, o problema é a seca. Ao todo, 107 municípios estão em situação de emergência por causa da estiagem, que dura três meses e atinge cerca de 500 mil pessoas. Chove no estado, mas não é suficiente.

Os prejuízos são ainda maiores para que vive em áreas rurais. Em algumas propriedades, a produção de leite caiu 70% e os açudes secaram. As perdas nas lavouras de soja chegam a 40%. No milho, o índice é de 50%, dependendo no município.

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