segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

IDH, Segundo a ONU Brasil permanece em 70º Lugar

Brasil permanece no 70º lugar no ranking do IDH e é superado pela Venezuela

Lista divulgada pelas Nações Unidas tem 179 nações.
Venezuela salta para o 61º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano.

Do G1, em Brasília


O Brasil permaneceu no grupo de nações com alto índice de desenvolvimento humano, mas não subiu posições no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O país ficou na mesma 70ª colocação obtida no último levantamento, divulgado em 2007, e foi ultrapassado pela Venezuela.

O ranking com 179 países considera dados socioeconômicos de dois anos antes da divulgação do relatório. Pelos dados do PNUD, o Brasil teve uma melhora na avaliação – passou de 0,802 pontos no IDH para 0,807. Países com avaliação igual ou superior a 0,800 são considerados de alto índice de desenvolvimento humano. Quanto mais próximo de 1, melhor o índice.

Segundo o economista Flavio Comim, coordenador do Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional do PNUD, “o Brasil teve uma melhora pequena, mas consistente”. “O país evoluiu bastante em saúde, com aumento da expectativa de vida, alfabetização, principal responsável [pela melhora do índice] e renda, embora [com um crescimento] um pouco menor.”

Na América Latina, porém, o Brasil foi ultrapassado no ranking pela Venezuela. O país vizinho subiu 13 pontos no ranking, passando da 74ª posição para a 61ª, com um índice de 0,826.

O desempenho venezuelano só não foi melhor que o do Equador, que subiu 17 pontos (passou da 89ª posição para a 72ª). Os dois vizinhos deixaram o grupo de nações de médio índice de desenvolvimento humano e passaram a integrar o grupo de 75 países de alto índice.

No caso da Venezuela, Comim disse que o crescimento se deveu a mudanças na metodologia da pesquisa. Neste último levantamento, o PNUD fez uma “revisão substancial” na Paridade de Poder de Compra (PPP), índice que leva em conta os preços comparativos de mil produtos entre os países. “Um dólar em Londres tem um valor diferente do que um dólar no México”, afirmou.

De acordo com Comim, o que aconteceu com a Venezuela e Equador foi o recálculo da paridade de compra. “Os preços estavam mais baixos do que se pensava [nos dois países]”, declarou. No caso da Venezuela, também houve um forte aumento do PIB per capita devido aos ganhos com o petróleo – o país é um dos dez maiores produtores mundiais do produto.

A mudança na metodologia fez com que 70 países caíssem no ranking e outros 60 subissem. No caso do Brasil, a mudança não provocou efeitos. “O Brasil avança, mas avança devagar, de forma consistente”, disse o economista.

Foto: PNUD

IDH (Foto: PNUD)

Índices

O melhor desempenho do Brasil foi no índice de alfabetização. No levantamento de 2007, que considera os dados de 2005, 88,6% das pessoas acima de 15 anos sabiam ler e escrever. No levantamento divulgado nesta quinta, o índice subiu um ponto percentual, para 89,6%. "É um crescimento muito grande, tirar um ponto em um ano", afirmou Comim.
A expectativa de vida teve um aumento pequeno. Entre os levantamentos de 2007 e o deste ano, subiu de 71,2 anos para 72 anos. A renda per capita cresceu menos -atualmente é de US$ 8.949.

Segundo o economista, o Brasil ainda tem “folga” para melhorar a posição no relatório de desenvolvimento humano. “Quando você vê outros países em termos de comércio internacional e produção, você vê que o Brasil ainda tem um espaço muito grande para crescer.”


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