sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Escolaridade eleva remuneração do trabalhador Cearense

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Salário cresce 16,75% no CE

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Marcelo Néri: educação é desafio para o Ceará elevar a renda do trabalhador

Escolaridade eleva remuneração do trabalhador. No Brasil, renda sobe 15% a cada ano estudado

Rio/Fortaleza. Cada ano a mais de estudo de um trabalhador do Ceará pode aumentar em 16,75% sua remuneração. No Nordeste, este índice é de 17%. Os números estão acima da média nacional, que indica ganho de 15% a mais no salário do brasileiro para cada ano estudado. É o que aponta o Índice Você, divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007, produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o levantamento, o porcentual é resultado da diferença entre a remuneração dos dois extremos da pirâmide educacional: analfabetos e indivíduos com 18 anos de escolaridade. “O salário médio nacional de uma pessoa sem qualquer instrução é de R$ 401, enquanto o de um trabalhador com 18 anos de escolaridade chega a R$ 5.027. Isto dá uma diferença média anual de 15%”, detalha Marcelo Néri, coordenador do índice. No Ceará, esta comparação varia entre R$ 262 e R$ 4.253.

Segundo Néri, o brasileiro dedica em média 8,3 anos aos estudos, enquanto o cearense, 7,1 anos. “O Ceará está uma década atrás do Brasil, em relação ao nível de estudos”, analisa o pesquisador. “O desafio é acelerar a educação no Estado”. Apesar desta defasagem, Néri acrescenta que essa distância tem diminuído.

O País tem uma taxa de educação com crescimento anual de 2,2%, entre 2004 e 2007, enquanto no Ceará este índice cresce 4,1% ao ano. “No longo prazo, o Estado deve alcançar o nível de estudos registrado no País”, analisa Marcelo Néri.

A pesquisa também indica que o salário do trabalhador brasileiro cresceu 4,8% ao ano, entre 2004 e 2007.

No Ceará, a variação é de 4,87%. “Isso reflete que o mercado de trabalho está aquecido”. No Brasil, o maior salto de remuneração ocorre quando um trabalhador de nível superior, com 15 anos de estudos, ingressa em uma pós-graduação. “Com apenas um ano a mais de estudo, os salários podem crescer 47,39%. As oportunidades, porém, crescem em ritmo mais lento, de 1,26%”, acrescenta. A alfabetização também representa importante salto de renda. A diferença de rendimentos entre uma pessoa sem instrução com a de um trabalhador com um ano de escolaridade chega a 6,88%. Neste caso, as oportunidades de conseguir emprego também aumentam, sendo 13,98% maiores para os que estudaram.

CAROL DE CASTRO
Repórter

Fonte:diariodonordeste.com.br

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