sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Crise financeira mundial alavanca turismo no Ceará

Turismo do CE pode ganhar


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Com a maior procura por destinos nacionais, a paradisíaca Jericoacoara é uma das que devem despontar como destino de sol, mar e belezas naturais (Foto: Thiago Gaspar)

Trade aposta em um mês de outubro muito positivo, puxado pela realização de novos eventos corporativos

Reza um dito popular que ´enquanto uns choram, outros vendem lencinhos´. Ou seja, o que é prejuízo para alguns, pode transformar-se em oportunidades de bons negócios para outros, principalmente nesse cenário de crise, de disparada do dólar, e do conseqüente recuo na demanda por viagens internacionais.

No Ceará, apesar da cautela diante da crise, a rede hoteleira se diz pronta para atender ao incremento da demanda e já aposta em uma alta estação aquecida, não apenas pelo sol do verão, mas pelos turistas brasileiros. ´A hotelaria está sempre preparada, em um ou dois dias, toda estrutura está pronta para receber o turista´, assegura o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-CE), Régis Medeiros. Ancorado em índices de 67,92% de ocupação da rede hoteleira cearense, em setembro último, 13 pontos percentuais superiores aos 53,53% registrados no mesmo período de 2007, Medeiros aposta em um mês de outubro muito positivo, puxado, principalmente, pela realização de novos eventos corporativos. Outra aposta do ´trade´ turístico está na atração de estrangeiros, sobretudo desportistas de vela — windsurfistas e kitesurfistas — em busca dos ventos fortes do litoral cearense, nesta época do ano.

Alta estação

Para o período de alta estação, em dezembro e janeiro próximos, Medeiros também projeta crescimento no fluxo, a partir da retração nas viagens internacionais em cruzeiros marítimos, o que pode se transferir para o turismo doméstico. ´Isoladamente, o incremento do dólar é excelente para o setor, porque com a moeda americana forte sobre o real, o turista estrangeiro tende a vir para o Brasil´, avalia.

Cautela prevalece

Ele pondera, no entanto, que o período é de cautela para todos os segmentos. ´Temos que ver até aonde a crise vai afetar o consumo no mercado doméstico´, diz o executivo da ABIH-CE. Avaliação paralela faz o presidente da Associação dos Meios de Hospedagem e Turismo (pousadas e hotéis de até três estrelas) AMHT-CE, Luís Antônio Frota. Para ele, com o aumento do dólar, as expectativas positivas crescem em relação aos turistas estrangeiros e domésticos, tendo em vista que viajar para o exterior neste momento, significa pagar passagens aéreas, hotéis, refeições e lazer mais caros, lá fora. Assim como Medeiros, Frota alerta que o setor precisa avaliar também, os efeitos da crise nos mercados emissores, sobretudo Europa e Ásia. ´Precisamos saber qual a disposição atual dos estrangeiros viajarem, diante da crise atual´, orienta o titular da AMHT-CE. Segundo Frota, os pequenos hotéis e pousadas fecharam setembro com 58% de ocupação, 6% superior a setembro do ano passado. ´Com ou sem crise, estamos nos preparando para a alta estação´, diz.

PARA ABAV
´Sol e Mar´ voltam ao cardápio

Com a cotação do dólar elevada, muita gente que sonhava com viagens para o exterior refez as contas e decidiu gastar em real. Para a Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), o turismo no País promete crescer mais de 20%. Com a crise no crédito, o Sol e Mar voltam a fazer parte do cardápio do turista brasileiro, o que pode terminar auxiliando o incremento do turismo no Nordeste.

Destinos mais competitivos

Destinos como as praias cearenses, de Natal e da Bahia, que vinham perdendo competitividade diante do dólar desvalorizado voltam a ganhar força, entrando nos portfólios das agências de viagem. De outro lado, países como os Estados Unidos, Buenos Aires e Chile, que estavam mais próximos do turista brasileiro devem ser deixados de lado temporariamente, pelo maior custo da moeda norte-americana. Quem já estava com as passagens compradas antes das turbulências provocadas pela crise financeira internacional, embarcou.

Mas com o dólar e o euro mais caros, o jeito vai ser reduzir as compras.

Oportunidades

Se o número de viagens internacionais começa a despencar, os agentes de viagens investem em outros roteiros: mais baratos, mais próximos, igualmente divertidos e que atendem ao visitante. Investir em roteiros internos, iluminados pelo sol e ventilados pela brisa do mar cearense e nordestino, é sempre uma boa opção, sobretudo agora, em período de baixa estação.

CARLOS EUGÊNIO
Repórter

Fonte:diariodonordeste.com.br

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