quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Na Índia, em sete ataques terroristas pelo menos 125 mortos

Mortos em ataques aumentam para 125, diz governo indiano

A informação foi dada pelo Ministério do Interior, em Mumbai.
Grupo islâmico quase desconhecido assumiu a autoria dos ataques.

Do G1, em São Paulo


O número de mortos aumentou para 125 nos ataques simultâneos em pelo menos sete pontos distintos em Mumbai, principal centro financeiro da Índia, na noite de quarta-feira. A informação foi dada pelo Ministério do Interior nesta quinta-feira (27).


Segundo o ministério, entre os mortos estão, pelo menos, seis estrangeiros. Um deles é um britânico, segundo o governo do Reino Unido.

Há ainda 327 pessoas feridas, sendo 26 policiais, 294 indianos e sete estrangeiros. Devido ao fato de o ataque acontecer em diversos pontos, os números ainda não são totalmente definitivos. Há ainda reféns sob poder de atiradores.

Um grupo islâmico quase desconhecido, chamado Deccan Mujahideen, assumiu a autoria dos ataques em e-mail enviado à imprensa, segundo a TV local. 

Dois brasileiros, que estão em Mumbai, contaram que tiveram que ficar 'presos' no hotel e em casa para evitar serem alvos dos terroristas.

 

Mapa localiza os pontos onde ocorreram os ataques em Mumbai (com informações e foto da AP)

Nesta quinta-feira, a polícia indiana vem fazendo uma operação em dois hotéis de luxo de Mumbai para libertar reféns que estão em poder de seqüestradores. Os crimonosos são responsáveis pela série de ataques. 

 

Veja fotos dos ataques

 

Ataques externos

O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, disse nesta quinta que os ataques foram planejados e que, provavelmente, tinham 'ligações externas'. "Foi um ataque bem planejado e orquestrado, provavelmente com ligações exteriores, que pretendem implantar o terror."

  

Veja cronologia dos principais ataques terroristas na Índia

As autoridades decretaram alerta nacional, e o governo da Índia, encabeçado por Manmohan Singh, convocou reunião de gabinete para estudar a situação.

O chefe de governo regional, Vilasrao Deshmukh, reconheceu que a situação “é grave”. Diante desse quadro de impasse, ele impôs toque de recolher na região central de Mumbai e deu folga para os funcionários públicos. Universidades, escolas e a Bolsa de Valores estão fechadas. 

 

 

Como aconteceu

Segundo a polícia, tratou-se de uma série coordenada de ataques terroristas, realizados por homens fortemente armados, que tinham como alvos turistas ocidentais.

 

Mapa localiza Mumbai, local dos ataques desta quarta-feira (26). (Foto: Arte G1)

Vilasrao Deshmukh, ministro-chefe do estado de Maharashtra, do qual Mumbai é capital, disse que a situação ainda não está sob controle na cidade. Segundo ele, 11 policiais morreram nos combates.

 

Ao menos sete pontos do sul da cidade, alguns deles turísticos, foram alvos dos atiradores: entre eles, uma estação de trem (Chhatrapati Shivaji Terminus), dois hotéis de luxo (Taj Mahal e Oberoi) e um restaurante (Leopold), todos freqüentados por turistas estrangeiros. Um quartel da polícia também foi atacado.


De acordo com outro chefe da polícia local, A.N. Roy, os atiradores usaram rifles automáticos e granadas nos ataques.

Segundo testemunhas, os agressores, homens com idades entre 20 e 25 anos, perguntavam às vítimas se elas tinham passaportes britânicos ou norte-americanos.

 

Repercussão

O Itamaraty condenou os ataques e informou que, segundo o consulado na cidade, não há registro de cidadãos brasileiros entre as vítimas.

A Casa Branca também criticou os atentados e lamentou a "perda de vidas inocentes" que resultou deles. O governo americano disse que reuniu funcionários de contraterrorismo, inteligência e defesa para avaliar os ataques e oferecer ajuda à Índia. 

 

Segundo um porta-voz, o presidente George W. Bush estava sendo mantido informado sobre a situação e sobre a suposta "situação de reféns".

O Departamento de Estado dos EUA, por meio de seu porta-voz Robert Wood, condenou fortemente os ataques e disse que não havia informações sobre vítimas norte-americanas.

O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, condenou os atentados e disse que os EUA e a Índia devem trabalhar em conjunto para combater as redes terroristas.

"Estes ataques coordenados a civis inocentes demonstram como é grave e urgente a ameaça do terrorismo. Os Estados Unidos devem continuar a fortalecer as parcerias com a Índia e com as nações ao redor do mundo para cortar pela raiz e destruir as redes terroristas", disse o porta-voz de Segurança Nacional de Obama, Brooke Anderson.

A Eurocâmara informou que nenhum dos deputados da União Européia que estavam em missão na cidade se feriu. De acordo com porta-voz do parlamento, eles estavam em um restaurante no momento dos ataques.

O eurodeputado espanhol Ignasi Guardans disse à agência EFE que ele estava retido no restaurante e não podia sair por "razões de segurança".

A Índia registrou vários atentados a bomba nos últimos anos. Embora a maioria dos atentados tenha sido creditada a militantes islâmicos, a polícia também prendeu extremistas hinduístas suspeitos em alguns casos.


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