quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Não é necessário adotar plano de contingência de gás, diz Lobão

Ministro espera que situação se resolva em até três dias.
'Não estamos sofrendo nenhuma dificuldade maior', diz ele.

Alexandro Martello e Eduardo Bresciani Do G1, em Brasília

Em face à normalização de quase a totalidade de fornecimento de gás ao Brasil, após o fechamento de válvulas em território boliviano, o governo brasileiro entende que não há necessidade de adoção de um plano de contingência para o fornecimento de gás no país, informou nesta quinta-feira (11) o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. "Não é necessário adotar um plano de contingência", disse.

Lobão confirmou que quase 15 millhões de metros cúbicos deixaram de ser enviados na manhã desta quinta-feira ao Brasil por causa de problema nas válvulas e por conta da explosão que já havia impedido o envio de 3 milhões de metros cúbicos desde a quarta-feira (10) - ambos problemas causados por manifestantes contrários ao presidente Evo Morales.

"A válvula simplesmente desligou e não quebrou. Por isso, foi possível retomar o funcionamento dela com extrema rapidez", disse ele, referindo-se ao problema ocorrido hoje. Acrescentou, entretanto, que a situação ainda não é de "total segurança", mas disse que o fluxo "mais ou menos se estabilizou".

Segundo ele, se o envio de gás fosse interrompido, e prosseguisse a falta de 15 milhões de metros cúbicos, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro sofreriam. "Mas, com praticamente a retomada da normalidade, não há nenhum problema para São Paulo e outras cidades", avaliou o ministro.

Lobão lembrou que outros 3 milhões já não estavam sendo enviados por conta de uma explosão de um gasoduto. "Com os 3 milhões [que estão faltando] não precisa plano de contingência", reafirmou Lobão. Ao todo, o Brasil recebe diariamente da Bolívia 31 milhões de metros cúbicos.

Plano no forno

Apesar de rejeitar a necessidade de adotar um plano de contingência de imediato, o ministro Lobão enumerou três medidas que podem ser adotadas caso a situação se agrave na Bolívia. São elas: o desligamento de térmicas a gás, quer sejam da Petrobrás ou Eletrobrás; a suspensão da injeção de gás em alguns poços de petróleo e a substituição do gás por óleo diesel em algumas usinas que atendem a indústrias.

"Não estamos sofrendo, neste momento, nenhuma dificuldade maior. Esperamos que essa situação se resolva e não se agrave", disse Lobão. Segundo ele, o retorno à normalidade dos 3 milhões de metros cúbicos, cujo envio foi interrompido por conta da explosão, deve ser normalizado dentro de dois a três dias. O prazo é bem inferior ao dado pelo ministro das Finanças boliviano, Luis Alberto Arce, que estimou a normalidade em até 15 dias.

O ministro Lobão passou toda esta quinta-feira acompanhando a situação na Bolívia. Ele teve reuniões com técnicos do Ministério de Minas e Energia, e participou de uma videoconferência com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Antes de conceder a entrevista a jornalistas, Lobão esteve no Palácio do Planalto.

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