quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Universitária indiciada por assassinato da mãe

A vítima tinha 78 anos. Teve 70% do corpo queimado em um incêndio provocado pela filha adotiva, de 21 anos

Após um depoimento que durou quase oito horas, ao delegado José Munguba Neto - titular do 4º Distrito Policial (Pio XII), uma estudante universitária de 21 anos confessou o assassinato da mãe adotiva, de 78 anos, com requintes de crueldade, no último dia 23 de julho. A idosa morreu na unidade central do Instituto Doutor José Frota (IJF) depois de ter 70% do corpo queimado em um incêndio provocado pela filha, no quarto onde a mãe dormia.

O caso vinha sendo mantido sob sigilo dada a gravidade da situação encontrada pela Polícia. Apesar da confissão, o Diário do Nordeste opta por não divulgar o nome da estudante, que ainda não está presa. Ela está sendo indiciada pelo crime de homicídio doloso. O inquérito já foi encaminhado pela Polícia à Justiça. A jovem indiciada, segundo o delegado, faz duas faculdades (de Jornalismo e Letras, em universidades diferentes) e fala quatro idiomas diferentes. ´Trata-se de uma pessoa muito inteligente e extremamente fria´, revelou Munguba, com exclusividade, ao Diário do Nordeste.
Em apenas 15 dias de investigação, o delegado José Munguba Neto, titular do 4º DP (Pio XII), concluiu o inquérito sobre o caso, que ocorreu no Bairro de Fátima, na madrugada do último dia 23 de julho. Treze testemunhas - a maioria, vizinhos e conhecidos das duas envolvidas - foram ouvidas.
´A estudante universitária premeditou o crime. Dois ou três dias antes de provocar o incêndio, ela foi até um posto de combustíveis e comprou um litro de gasolina. Levou o combustível escondido até o apartamento onde morava com a mãe e manteve o material escondido até a madrugada em que encontrou o momento para executar o crime´, contou o delegado. Em depoimento, a jovem revelou que vinha entrando em atrito com a mãe, constantemente. ´Conforme o relato das testemunhas, a vítima não aceitava o comportamento rebelde da filha e pedia discernimento por parte da garota´, disse o titular do 4ºDP.

O crime

Segundo o que foi apurado no inquérito policial, enquanto a mãe dormia em uma rede num dos quartos do apartamento, por volta das 4h30 do dia 23 de julho, a estudante teria jogado gasolina na cama sob a rede e em um sofá que existia no mesmo quarto. Em seguida, improvisou uma tocha com um pedaço de cartolina e ateou fogo à cama e ao sofá.
A prova maior do incêndio intencional foi encontrada pela Polícia num balde de lixo na cozinha do apartamento (o pedaço de cartolina com a ponta queimada, cheirando a gasolina). Além disso, no quarto incendiado estava um saco plástico onde a gasolina foi depositada pela garota para transporte até o cômodo.
Socorrida por vizinhos - que tiveram que arrombar uma janela do quarto para retirar a idosa do meio das chamas -, a aposentada foi encaminhada para o IJF. Ali, permaneceu internada na Unidade de Queimados por quase 24 horas, mas acabou falecendo. ´O caso está esclarecido, não restam dúvidas da autoria diante das provas e da confissão´.

NATHÁLIA LOBO E FERNANDO BRITO
Fonte:diariodonordeste.com.br

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