quinta-feira, 19 de junho de 2008

União Européia decide acabar com suas sanções contra Cuba

Objetivo da Europa é estimular as reformas do presidente Raúl Castro na ilha.
Medida cria atrito com os EUA, que já disseram que não é hora de levantar embargo.
A União Européia decidiu nesta quinta-feira (19) eliminar suas sanções contra Cuba, disse a comissária de Relações Exteriores do bloco, Benita Ferrero-Waldner.
"As sanções cubanas serão levantadas", disse ela a jornalistas após um encontro de ministros do Exterior do bloco de 27 países chegar a um acordo em um jantar em Bruxelas. A informação foi confirmada por outros chanceleres do bloco.
A decisão tem como objetivo estimular mais reformas por parte do presidente Raúl Castro, que assumiu o cargo após o afastamento do irmão dele, Fidel, em 24 de fevereiro. A idéia do bloco europeu, segundo esboço do projeto obtido pela agência Reuters, é facilitar um processo de diálogo político "recíproco, incondicional, não-discriminatório e voltado a obter resultados".
Ferrero-Waldner disse, no entanto, que, em contrapartida, a Europa vai insistir para que a ilha avance nas questões dos direitos humanos e da prisão de dissidentes.
O projeto incluiria a exigência da libertação imediata de todos os presos políticos, da adesão de Cuba a todos os tratados das Nações Unidas sobre direitos humanos e da permissão de acesso de entidades de direitos humanos às prisões cubanas.
Existem cerca de 230 prisioneiros políticos em Cuba, segundo a Comissão Cubana para os Direitos Humanos.


Segundo fontes da União Européia, o fim das sanções tem validade de um ano e será revisto depois desse período, e as negociações devem continuar depois disso.
EUA são contrários
A decisão européia de acabar com as sanções foi tomada apesar dos pedidos dos EUA para que o mundo "endureça" com o regime cubano.
"Nós certamente não enxergamos (em Cuba) nenhum rompimento fundamental com a ditadura de Castro que nos dê razão para acreditar que agora é a hora de levantar as sanções", disse o porta-voz do departamento norte-americano de Estado. "Nós não vamos apoiar a União Européia ou qualquer um que queira suavizar as restrições agora."
As medidas da UE haviam sido impostas depois de ações contra os dissidentes em 2003 e incluiem o congelamento das visitas de autoridades de alto nível. Elas haviam sido suspensas em 2005.
Diferentemente do embargo norte-americano que vigora desde 1962, as sanções européias não impediam comércio e investimentos.
A suspensão das medidas coercitivas impostas em 2003 era um ponto defendido pela maioria dos países da União Européia. A Espanha liderou o movimento para levantar as sanções, mas encontrou resistência dos membros ex-comunistas do bloco, como a República Tcheca.
Fonte:G1.Globo

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