terça-feira, 11 de novembro de 2008

Apenas 26% dos brasileiros têm o hábito de poupar, mostra estudo

Segundo pesquisa, maior prioridade é a reforma da casa.
Destino dado ao dinheiro é diferente dos outros países da América Latina.


Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (11) mostrou que de cada quatro brasileiros, apenas um tem o hábito de poupar. O estudo, realizado em 15 países da América Latina pelo LatinPanel, também revelou que o destino dado pelos brasileiros ao dinheiro é diferente daquele dos países vizinhos.

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A casa do engenheiro José Paulo Rodrigues, por exemplo, tem até churrasqueira. Ele é resultado de dinheiro ganho e guardado por um bom tempo. O "objetivo era a casa, e deixar a casa do jeito que eu queria", diz Rodrigues. O próximo passo, segundo ele? "Agora falta só mais parte de decoração, de acessórios, porque o principal já tá feito".

Resultados

Para a casa, um pouco. Para a educação, quase nada. A pesquisa mostra que, entre os brasileiros do Rio de Janeiro e de São paulo, apenas 26% poupam até 10% do que ganham, um número que já foi maior.

Segundo Fátima Merlin, coordenadora da pesquisa, "há 2, 3 anos atrás girava em torno de 30 % das famílias, e a prioridade aqui ainda é ir às compras ao sonho de consumo". É a opinião da costureira Terezinha de Souza: "sempre pensei assim: dinheiro foi feito pra gastar, não pra guardar. Essa é minha opinião, estou sendo sincera", diz ela.

Prioridades

Os 26% dos brasileiros que poupam pensam primeiro em reformar a casa; em segundo lugar na lista das prioridades vem a compra do imóvel.

Mas o que mais chama a atenção é que apenas 10% dos brasileiros que guardam fazem poupança para investir em educação, contra 42% dos peruanos de Lima, 39% dos venezuelanos da região de Caracas e 26% dos colombianos da grande Bogotá.


"Acho tristemente compreensível. Num país em que as elites, as gestões, os políticos só colocam a educação, muitas vezes como discurso, porque a população em geral valorizaria?ela coloca a educação como uma coisa secundária", afirma o educador Sérgio Cortela.

Apesar de tudo, o vigilante Rubens Correa se esforça para guardar sempre um pouquinho e investir no que considera mais importante. "Tenho filhinha de onze meses. Então penso nela. Educação é tudo. Você investir na educação é investir na poupança, na saúde, enfim, em tudo, né?", completa.

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