sábado, 2 de agosto de 2008

Centro de compras é invadido por atletas

De todos os cantos do mundo, eles vão ao Mercado da Seda e saem de sacolas cheias

André Amaral Direto de Pequim


Colombiano Victor Hugo Ortega, dos saltos ornamentais, aproveita a folga para comprar tênis

De um lado, um saltador equatoriano lutando para conseguir um desconto em um tênis falsificado. Do outro, uma esgrimista norte-americana exibindo feliz um tapete chinês comprado por menos de 20 reais. Além deles, ucranianos, italianos, cubanos, desfilavam felizes com suas sacolas na mão no Silk Market (Mercado da Seda), shopping que vende de tudo no centro de Pequim.

A ida ao local é uma experiência inesquecível. São seis andares de pequenos stands que vendem de tudo, a maioria de marcas falsificadas; tênis, camisetas, uniformes de time, produtos tradicionais chineses, eletrônicos e todo tipo de quinquilharia.

Os atletas que passavam nos corredores eram literalmente agarrados pelos vendedores, que iniciavam sua agressiva tática para vender alguma coisa. A pechincha é obrigatória. Um produto começa a ser oferecido por um preço e pode sair por um quinto, às vezes um décimo do valor. Para superar a barreira da língua, toda negociação é feita com números sendo digitados em uma calculadora.

A bela americana Dagmara Wozniak garante sua lembrança dos Jogos: desenho chinês

- Eles são loucos. Fiquei andando pelas lojas e começaram a falar algumas frases em espanhol para tentar me convencer a comprar - diz o colombiano Victor Hugo Ortega, dos saltos ornamentais, que tentava comprar um tênis.

- É impossível. Eles ficam feito loucos pulando em cima da gente, puxando a minha credencial e o meu agasalho - diz o italiano Erminio Frasca, ouro em uma etapa da Copa do Mundo de tiro deste ano e que levou uma bola de cristal enfeitada com a Muralha da China. Pagou 20 yuans, equivalente a R$ 5.

Os cubanos estavam em grande número e carregavam sacolas enormes, mas nenhum queria falar com a imprensa. Mariel Zagunis, esgrimista norte-americana que foi medalha de ouro em Atenas, estava com a também atleta Dagmara Wozniak atrás de produtos chineses.

- Quero comprar um presente para os meus pais. Aí vi esse desenho chinês e achei lindo. Antes dos Jogos nós ficamos muito concentrados. É bom ter um tempo para pensar em outras coisas - diz ela.

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