domingo, 18 de maio de 2008

Ceará é décimo produtor nacional de petróleo

O Ceará, com uma produção de 10 mil barris por dia, é um dos 10 estados brasileiros produtores de petróleo. Entretanto, com uma capacidade ainda não totalmente explorada, o Estado ainda fica na oitava posição entre as outras unidades da Federação. O ranking é liderado pelo Rio de Janeiro, que recebe, só de royalties pela produção em seu território, R$ 3,3 bilhões. A sua Bacia de Santos concentra 80% de todo o petróleo produzido nacionalmente. Na seqüência, vêm Rio Grande do Norte, Bahia, Espírito Santo, Amazonas, Sergipe e Alagoas. O Ceará só se coloca à frente do Paraná e de São Paulo.O Brasil produziu, no ano passado, 638 milhões de barris de petróleo, superando em quase 10 bilhões o alcançado em 2006, em uma média diária de 1,751 barris por dia. Mesmo com crescimento de apenas 1,5%, o total produzido foi suficiente para atender ao consumo interno e superar, em volume, a quantidade de petróleo e derivados importados pelo País. Em 2007, o País foi, pelo segundo ano consecutivo, auto-suficiente na produção do chamado ´ouro preto´.Com TupiCom a confirmação das reservas de petróleo no campo de Tupi, na Bacia de Santos, a expectativa é de que o Brasil se coloque entre a oitava e nona posição na lista dos países com maior reserva do mundo, ficando ao lado da vizinha Venezuela. O campo tem reserva estimada entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo. Hoje, o Brasil é o décimo sétimo colocado no ranking mundial, liderado pela Arábia Saudita. Além deste campo, no início de abril, diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Haroldo Lima, afirmou que o bloco BM-S-9, conhecido como Carioca, pode ser o 3º maior campo de petróleo do mundo. Com 33 bilhões de BOE (barris de óleo equivalente), ele seria cinco vezes maior que o megacampo de Tupi, na Bacia de Santos.Mas, ressaltou que as fontes são ´oficiosas´, mas oriundas da Petrobras. A Petrobras é responsável por 90% de toda esta produção. O monopólio da estatal acabou em 1998, quando outras empresas, inclusive estrangeiras, passaram a adquirir áreas através de contratos de concessão com a ANP, por meio de leilões. PRODUÇÃO DA LUBNORQueda no refino não foi realA atividade de refino de petróleo e álcool representa 6% da produção industrial cearense, mas fortes retrações do setor vinham gerando resultados negativos para a produção física da indústria local, registrados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em abril, a queda da atividade de refino chegou a 52,8%, gerando dúvidas sobre o desempenho do segmento por parte de representantes da indústria e do governo cearense.Para o gerente de comercialização da Lubnor, Eduardo Bellaguarda, o fato é explicado não por uma forte retração das atividades da empresa, mas por uma mudança na metodologia utilizada pelo IBGE. Segundo ele, a unidade produz o chamado C5+, que é uma espécie de gasolina não pronta para a comercialização, mas cuja produção vinha, até 2006, sendo avaliada pelo Instituto como tal.Entretanto, no ano passado, o C5+ foi desmembrado do grupo da gasolina (que representa 16,64% de participação no total da indústria de refino, pelo IBGE), o que fez com que fosse registrada uma forte queda geral na produção final do segmento no Ceará. ´A produção da Lubnor registrou, sim, queda no ano passado, mas não aos níveis que vinham sendo mostrados pelo IBGE´, explica Bellaguarda. A unidade decresceu 10% em sua produção em 2007, motivada principalmente pela queda na venda de asfalto. ´Isso ocorre porque, em 2006, a procura foi maior, pelo fato de ter sido ano de eleição. Este ano, o asfalto deverá, então, ter alta na comercialização´.DuplicaçãoEstá prevista para o segundo semestre deste ano a contratação da principal empresa que fará as obras de instalações de processo para o projeto de duplicação da Lubnor. Desde o início do ano, as obras da ampliação do espaço da unidade da Petrobras vêm sendo realizadas, empregando um contingente de 150 pessoas. Neste momento, está sendo feita a etapa de terraplanagem e preparação da infra-estrutura. À medida que uma etapa se encerra, novas se iniciam, e, com o tempo, vão sendo feitas novas contratações.O investimento com o projeto soma R$ 60 milhões. A expectativa da Petrobras é que a duplicação valorize o excedente de matéria-prima, o que proporcionaria a ampliação do atendimento ao mercado nacional, permitindo também a exportação.
Publicado pelo DN em 18.05.2008

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