Tucano reiterou os reclames de que seu partido não faz parte da administração
FOTO: J. AILTON / O ESTADO
Tasso Jereissati (PSDB-CE) (foto) esteve ontem em Fortaleza. Chegou ao Hotel Oásis Atlântico para participar de um encontro da legenda que previa debates em torno dos novos desafios do Estado e as perspectivas para a próxima década. Essa pelo menos era a mensagem exposta num banner tamanho gigante no auditório. No entanto, a pauta girou em torno do governador Cid Gomes, que não tem agradado os sociais democratas com uma postura classificada por eles como “intransigente” e de exclusão dos quadros tucanos da administração.
Logo na entrada, o senador foi cercado por jornalistas para comentar os reclames de seu líder na Assembléia, deputado João Jaime, nesse tocante. E, assim como o correligionário, foi taxativo. “Não é que estamos satisfeitos ou insatisfeitos. Nós somos oposição e não participamos do Governo oficialmente”, afirmou, citando que apenas duas secretarias são ocupadas por filiados à sigla (Marcos Cals, na Pasta da Justiça (Sejus); e Bismarck Maia, na do Turismo (Setur)).
Apesar do tom, Tasso complementou que não é preciso o PSDB fazer uma oposição sistemática para ser visto como uma bancada de lado oposto ao de Cid. Segundo ele, mesmo sendo oposição, a base do partido na AL não é obrigada a sempre votar contra algo que venha do Executivo, como aconteceu no episódio do pedido de urgência feito à mensagem sobre o piso salarial dos professores, enviada semana passada ao Legislativo e “rejeitada” pelo ninho tucano. “A base é livre para votar”, garantiu, adiantando que terá reunião com as lideranças da legenda e com Cid para definir a permanência ou a saída definitiva do PSDB do Governo.
Ele ponderou, disse que estava ali muito mais para ouvir do que para falar, mas admitiu que há descontentamento dentro do partido em relação ao comportamento do Executivo. Isso, além da pressão para que o PSDB saia com um nome próprio ao Governo em 2010 focando desbancar Cid e implantar um novo projeto político no Estado.
Partindo disso, Tasso disparou: “isso ficou claro e tem que ser levado a suas conseqüências, que vão ser discutidas”. Que conseqüências, porém, o tucano não elencou. Se ateve apenas a dizer que o fato de ele ser o candidato para a chapa própria de embate a Cid “são outros 500”.
Os outros 500, o ex-líder nacional dos tucanos explicou em seguida, apontam para uma improvável aceitação do indicativo por parte dele, apesar do contraponto de que, em política, nada deve ser descartado.
Motivo: Tasso declarou ser melhor que o PSDB escolha para a disputa “gente nova, porque o ‘galeguinho’ está ficando velho”. “Eu acho bom pro partido e pro Estado novos grupos políticos para dar uma chacoalhada, porque é isso que estamos precisando. Está na hora de renovação”, considerou, excluindo seu nome para a corrida presidencial, também cogitada nos bastidores, e dizendo que as posições só vão amadurecer com o tempo.
» Desmonte e Ronda do Quarteirão. Ainda em conversa com jornalistas, Tasso Jereissati comentou a operação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e do Ministério Público (MP) de combate ao desmonte em prefeituras do Interior.
A força-tarefa foi caracterizada pelo senador como “espetacular”. Ele citou o caso de Caucaia como exemplo do que chamou de absurdos cometidos pela atual administração da prefeita Inês Arruda (PMDB). “Ouvi falar de coisas em Caucaia que são inadmissíveis e é preciso não só uma parada nisso, mas até uma punição para que não volte a acontecer”, opinou.
Por fim, o tucano alfinetou o Programa Ronda do Quarteirão, carro-chefe da política de segurança pública de Cid. “Está sendo uma boa iniciativa, mas acho que ela sozinha não é suficiente”, analisou.
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