Bancos 'relevantes' terão ajuda contra crise.
Os países da União Européia (UE) se comprometeram nesta terça-feira (7), em reunião emergencial realizada em Luxemburgo, a dar suporte aos grandes grupos financeiros para evitar uma crise generalizada, informou o vice-ministro de Finanças da Alemanha, Joerg Asmussen.
Segundo ele, a ajuda será destinada aos "bancos relevantes para o sistema". Perguntado sobre quais seriam esses bancos, Asmussen afirmou que isso teria que ser "decidido caso a caso".
Segundo a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, os ministros concordaram em coordenar suas respostas à crise financeira. "Nós concordamos em assegurar a solidez e a estabilidade de nosso sistema financeiro e adotar as medidas necessárias para atingir esse objetivo", disse ela.
Os países da UE também acertaram aumentar de 20 mil a pelo menos 50 mil euros a garantia dos depósitos nos bancos do bloco. "Os Estados estão de acordo em aumentar a proteção dos depósitos de particulares para um montante de pelo menos 50 mil euros, sabendo que vários Estados membros estão determinados a elevar essa cobertura a 100 mil euros", diz o texto divulgado.
O compromisso foi alcançado na reunião de ministros das Finanças dos 27 e tem como objetivo tranqüilizar os correntistas frente à crise financeira. Investidores temem que a economia entre em recessão. Na segunda-feira, diante do pânico que tomou conta dos mercados, dirigentes de vários países vieram a público para garantir que os depósitos feitos nos bancos estão seguros.
A intenção de Bruxelas, além de aumentar o valor mínimo assegurado por meio de uma reforma da legislação comunitária sobre a garantia de depósitos bancarios, também é reduzir o prazo de devolução de fundos no caso de dificuldades de um banco.
Em uma tentativa de aumentar a liquidez interbancária, prejudicada pelo aumento da desconfiança entre os bancos em meio à crise, cinco bancos centrais do mundo também anunciaram nesta terça-feira o calendário das ações coordenadas de injeção de dólares nos mercados até o final do ano.
Nos Estados Unidos, as operações vão receber US$ 450 bilhões a mais do que o valor anunciado anteriormente. Somados, os recursos a serem disponibilizados pelo Fed até o final do ano devem chegar a US$ 1,35 trilhão.
O Banco Central Europeu estabeleceu também as datas dos sete leilões programados até dezembro. Os valores devem ficar entre US$ 20 bilhões e US$ 50 bilhões por operação, segundo comunicado.
Os esforços dos países acalmam o ambiente de crise, mas não são suficientes para reverter as fortes perdas verificadas pelas bolsas na segunda-feira. Em Nova York, o Dow Jones e o Nasdaq recuam mais de 1%.
Na Europa, as principais bolsas fecharam sem direção definida. Entre os principais mercados, Londres teve alta de 0,35%, Paris subiu 0,55% e Frankfurt caiu 1,2%. Paris registrou baixa recorde na véspera, recuando mais de 9%.
No Brasil, o dia ainda é de tensão . Depois de oscilar bastante durante a manhã, o Ibovespa consolidava a baixa durante a tarde, ainda analisando o impacto das novas medidas para ajudar pequenos bancos e empresas exportadoras, anunciadas em entrevista coletiva na tarde de segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Com informações da Reuters e da France Presse