segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Dente Siso:O que precisamos saber sobre eles.

Por: Dr. Denilson Feitosa
(Cirurgião-dentista CRO-Ce: 4542)



Os dentes “siso” são os últimos a nascerem na cavidade oral, normalmente entre 16 e 20 anos, tendo várias denominações como dentiqueiro, terceiros molares e dente do “juízo” este último conceito devido à faixa etária em que erupcionam na boca. Eles vêm perdendo espaço na boca das pessoas tendo como causa provável a alimentação. O fato de os alimentos estarem cada vez mais processados contribui decisivamente para o desaparecimento dos dentes siso por falta de utilidade. O consumo de alimentos macios, como hambúrgueres, salgadinhos e pão de forma, por exemplo, prejudica a tração dos músculos resultando em menor esforço na mastigação dos alimentos, havendo uma diminuição do estímulo de crescimento ósseo, levando à falta de espaço para acomodar mais dentes.
O ser humano, em sua maior parte, tem quatro sisos localizados: dois na arcada inferior e dois na arcada superior, sendo os últimos dentes de cada arco dental, porém há casos em que eles não estão presentes ao exame clínico suspeitando-se que a pessoa não possuía o gene deste dente ou porque eles ficam presos ou encaixados no osso maxilar, mas também devido à má posição em que se encontram sendo impedidos de saírem de forma normal. Essa má posição pode causar desenvolvimento de cárie dentária no dente vizinho ou nele mesmo devido à impacção alimentar no local, reabsorções dentárias, transtornos dolorosos ao paciente, possíveis lesões císticas e dependendo do tamanho dele e posicionamento até fragilizar a mandíbula na região onde se encontra. Existem casos em que o siso erupciona parcialmente, podendo gerar um quadro infeccioso inflamatório conhecido por pericoronarite, e tal quadro gera dor para o paciente, além de inchaço, mau odor e irritação local. Além do já citado anteriormente, estes dentes ainda podem ser responsáveis por fortes dores faciais e enxaquecas por comprimir os feixes nervosos e dores de ouvido dependendo da sua posição dentro dos ossos maxilares.
Por serem responsáveis por tantos inconvenientes, estes dentes são geralmente extraídos, mesmo sendo dentes íntegros, ou seja, inteiros e sadios, porém se os mesmos erupcionam de forma correta e estão em oclusão não está indicada a cirurgia.
A concepção errônea que muitas pessoas têm de que a cirurgia de remoção desses dentes é traumática e o pós-operatório doloroso não pode ser generalizada. Hoje as técnicas cirúrgicas para remoção evoluíram e com um diagnóstico adequado e com alguns exames específicos para cada caso pode-se fazer um planejamento prevendo os passos cirúrgicos, além do que são prescritas medicações para evitar edema(inchaço) e dores pós-operatórias lembrando que mesmo com uma cirurgia tranqüila, o paciente deve seguir as instruções de repouso, gelo, alimentação leve, cuidado com higienização, etc para evitar surpresas.
Concluímos que, quanto antes examinarmos esses dentes para sabermos como estão na cavidade oral poderemos evitar problemas futuros intervindo de maneira precoce, de forma que o paciente seja esclarecido sobre o seu quadro clínico elucidando dúvidas e planejando uma cirurgia sem maiores problemas.