quarta-feira, 29 de abril de 2009

Copom reduz ritmo, mas juro cai para 10,25% ao ano, patamar sem precedentes

Corte foi de um ponto nesta quarta-feira, contra 1,5 ponto em março.
Com decisão, Brasil deixa liderança do ranking mundial de juros reais.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília


O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por reduzir o ritmo de corte dos juros básicos da economia em sua reunião de abril, ao baixar a taxa Selic de 11,25% para 10,25% ao ano nesta quarta-feira (29). A redução de um ponto nos juros foi menor do que aquela realizada em março deste ano, quando a taxa caiu 1,5 ponto percentual - no que foi o maior corte desde dezembro de 2003. Esse foi o terceiro corte consecutivo.

Com a decisão desta quarta, os juros básicos da economia, que servem de referência para sistema financeiro, caíram para níveis sem precedentes na história do país. Até o momento, o menor nível já registrado, de 11,25% ao ano, havia ocorrido entre setembro de 2007 e abril do ano passado, e entre 12 de março de 2009 e esta quarta-feira. A nova taxa passa a vigorar a partir desta quinta-feira (30). A série histórica do BC sobre a taxa de juros tem início em 1996.

Foto: Editoria de arte/G1

Gráfico: Editoria de arte/G1

Ao fim da reunião, o Banco Central divulgou a seguinte frase: "Avaliando o cenário macroeconômico e visando ampliar o processo de distensão monetária, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 10,25% ao ano, sem viés, por unanimidade".

Em linha com o mercado

A decisão do Copom também veio em linha com o que acreditava a maior parte do mercado financeiro, que vinha estimando redução para 10,25% ao ano em abril. Para o mercado, os juros continuarão em queda nos próximos meses, terminando este ano em 9,25% ao ano, ou seja, pela primeira vez em um dígito (abaixo de 10% ao ano).

Juros reais

Além de atingir uma taxa de juros nunca antes registrada na história do país, o anúncio do Copom também retirou o país da liderança mundial dos juros reais - obtidos após o abatimento da inflação. O Brasil ocupava a liderança deste ranking há um ano, segundo informações da consultoria UpTrend.

Com a redução dos juros nominais para 10,25% ao ano, os juros reais brasileiros caíram para 5,8% ao ano. O país foi ultrapassado pela China (6,6% ao ano) e pela Hungria (6,4% ao ano), passando a figurar, com isso, na terceira posição do ranking.

"Esta posição [3o lugar] não era alcançada desde novembro de 2003 e mostra que a política de afrouxamento monetário ainda deixa o país entre os melhores pagadores de juros, ao consideramos dois graus de investimento, e no cenário de investimento", avaliou a UpTrend.

Crise financeira

Desde o início deste ano, os juros básicos da economia já recuaram 3,5 pontos percentuais, uma vez que fecharam 2008 em 13,75% ao ano. A forte queda dos juros em 2009 está relacionada com os efeitos da crise financeira internacional sobre a economia brasileira.

Após o agravamento da crise, em meados de setembro, com o anúncio de concordata do banco norte-americano Lehman Brothers, várias economias registraram piora no nível de atividade econômica, resultando em demissões e recessão ao redor do mundo. O quadro também se agravou no Brasil, com o fechamento de quase 800 mil postos formais de trabalho entre novembro do ano passado e janeiro de 2009 - embora tenha havido pequena recuperação em fevereiro e março.

O fechamento de vagas, e a falta de confiança da população, levaram o consumidor brasileiro a reduzir o ritmo de compras e, com isso, diminuíram também as pressões inflacionárias na economia brasileira. Em fevereiro, porém, as vendas no varejo aumentaram 1,5% em relação a janeiro, resultado que ficou acima das expectativas do mercado e houve uma pequena melhora nas concessões de crédito e na produção industrial.

Metas de inflação

No Brasil, vigora o sistema de metas de inflação, pelo qual o Copom tem de calibrar a taxa de juros para atingir uma meta pré-determinada com base no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Ao subir os juros, atua para conter a inflação e, ao baixá-los, avalia que a inflação está condizente com as metas.

Para este ano, e para 2010, a meta central de inflação é de 4,50%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Com isso, o IPCA pode ficar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Para 2009, a projeção do mercado financeiro para o IPCA, que estava em 5,20% em dezembro e já havia recuado para 4,80% janeiro e 4,57% em março, caíram para 4,30% na última semana. Para 2010, estão em 4,30% - também abaixo da meta central. O próprio BC previu, no fim de março, inflação baixo da meta em em 2009 e no ano que vem.

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Bovespa sobe mais de 3% e atinge o maior patamar em quase sete meses

Nesta quarta-feira (29), índice superou a marca dos 47 mil pontos.
Com resultado do dia, valorização do Ibovespa passa de 25% neste ano.

Do G1, em São Paulo


A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em forte alta nesta quarta-feira (29), acompanhando de perto o bom humor do mercado financeiro externo em dia de agenda cheia, que incluiu a divulgação do desempenho da economia americana no 1º trimestre e a decisão sobre a taxa básica de juros do país.

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Com isso, o índice Ibovespa, referência para o mercado nacional, fechou em alta de 3,07%, aos 47.226 pontos. Trata-se do maior patamar em quase sete meses - a Bovespa não registrava maior pontuação desde 1º de outubro de 2008. O volume financeiro negociado do dia ficou acima de R$ 5 bilhões.

Com isso, no penúltimo pregão do mês, a Bovespa já acumula ganho de 15,39% em abril. Desde o início do ano, o mercado financeiro brasileiro já apresenta recuperação de 25,77%.

Entre as ações mais valorizadas, figurou a do Itaú-Unibanco, maior instituição financeira do país, que subiu 6%, seguindo de perto os fortes ganhos registrados pelo setor nos Estados Unidos e na Europa. Outras ações de destaque foram as dos setores imobiliário e de construção, como Gafisa, Rossi e Cyrella.

Dados externos

Nos Estados Unidos, pela manhã, foi divulgada a informação preliminar do Produto Interno Bruto (PIB) no 1º trimestre, que mostrou contração de 6,1% da economia. Diante da crise, o dado não foi considerado tão grave pelo mercado financeiro. No quarto trimestre, a economia já tinha encolhido 6,3%.

O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) manteve nesta quarta-feira a taxa de juros do país inaltarada no intervalo entre zero e 0,25% ao ano. O BC afirmou que o ritmo de deterioração da economia do país parece estar diminuindo, mas acrescentou que continuará mantendo a taxa de juro em nível excepcionalmente baixo por um longo período.

"O comitê avalia que as condições econômicas devem justificar níveis excepcionalmente baixos para a taxa dos 'federal funds' por algum tempo", afirma o comunicado no qual o Fed anunciou sua decisão.

Dados locais

O mercado financeiro também ignora dados negativos divulgados nesta quarta-feira para o mercado interno. A taxa de desemprego em seis regiões metropolitanas do país voltou a crescer em março e atingiu 15,1%, segundo pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceria com a fundação Seade.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou nesta quarta-feira (29) que a queda da atividade industrial se intensificou no primeiro trimestre deste ano. Segundo o indicador, a produção caiu para 36,1 pontos, 16,1 pontos abaixo do patamar do 1º trimestre de 2008 e 4,7 pontos menor que o do 4º trimestre do ano passado.

Outros pregões

Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones, referência para Nova York, subiu 2,11%, para 8.185 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq avançou 2,28%, para 1.711 pontos. O índice Standard & Poor's 500 teve valorização de 2,16%, para 873 pontos.

Na Europa, o índice FTSEurofirst 300 subiu 2% de carona nas ações de bancos e do setor de energia. Entre os principais mercados, Londres teve alta de 2,17%, Paris caiu 2,26% e Frankfurt teve desvalorização de 2,24%.

Na Ásia a quarta-feira foi de valorização nos principais mercados. Tóquio não operou em função de feriado.

(Com informações da Reuters e do Valor OnLine)

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Mundo está a um passo de pandemia de gripe suína, confirma agência da ONU

Organização Mundial da Saúde elevou alerta pandêmico ao 2º pior nível.
Doença causou 1ª morte nos EUA após ter matado 7 pessoas no México.

Do G1, com agências internacionais


A Organização Mundial da Saúde elevou nesta quarta-feira (29) o nível de alerta de pandemia de gripe de 4 para 5 (numa escala até 6), por conta da ameaça da gripe suína iniciada no México, que matou pelo menos 8 pessoas e contaminou 114 em 11 países de 4 continentes e dá sinais de estar se espalhando pelo mundo.

Perguntas e respostas: tire suas dúvidas sobre a doença

O anúncio foi feito pela chefe da OMS, Margaret Chan. Ela disse que a doença está se espalhando rapidamente e deve ser levada a sério. Mas, segundo ela, o mundo está "mais preparado do que nunca" para enfrentar a possível pandemia.

A fase 5, de acordo com a escala da OMS, ocorre quando há um sinal forte de que a pandemia (epidemia de alcance mundial) é iminente.

Saiba mais sobre a escala da OMS

O alerta significa que há pouco tempo para finalizar os trabalhos de organização, comunicação e implementação de medidas para mitigar a crise.

Com roupa protetora, médico atende a pacientes suspeitos de terem gripe suína, nesta quarta-feira (29), no Hospital Naval, na Cidade do México. (Foto: AP)

A decisão de elevar o nível de risco foi tomada após consultas intensas com especialistas e analistas. Em reunião poucas horas antes, o nível havia sido mantido em 4. A elevação do nível 3 para o 4 havia ocorrido na segunda-feira (27).

A mudança do status coloca governos e companhias farmacêuticas em alerta em relação à necessidade de começar a fabricar drogas antivirais e a acelerar esforços para criar uma vacina para combater a cepa de gripe.

Chan disse que os estoques de antivirais da agência não são suficientes, e que será necessário o apoio de empresas e governos. Ela elogiou a maneira "aberta e transparente" como as autoridades mexicanas estão enfrentando a situação.

Veja três cenários possíveis para a gripe suína

O mundo não enfrenta uma pandemia ha 41 anos, desde a gripe de Hong Kong, que matou ao menos um milhão de pessoas em 1968 ( conheça a história das principais epidemias da história ).

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No Brasil

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse em entrevista em Brasília que 36 casos de suspeita de gripe suína são monitorados em 11 estados no país (Assista ao lado).

Outros dois casos monitorados que demandam mais atenção do ministério foram registrados em São Paulo e Minas Gerais. As duas pessoas investigadas estiveram no México recentemente e apresentaram sintomas da doença, entre eles febre.

Temporão também afirmou que o país está preparado para enfrentar a crise .

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Foto: AP

Vestido de mariachi e com máscara, policial patrulha parque nesta quarta-feira (29) na Cidade do México. (Foto: AP)

Veja mais fotos da crise pelo mundo

Morte nos EUA

Um bebê mexicano de 23 meses morreu de gripe suína no Texas, informaram autoridades federais americanas nesta quarta. A família dele viajou a Houston em busca de tratamento, confirmou o Departamento de Saúde da cidade.


O bebê morava em Matamoros, na fronteira do México com o Texas. Seus pais não estão doentes.

Foi a primeira morte provocada pela doença nos EUA. Novo balanço desta quarta-feira mostra que o país tem 91 casos da doença, a maioria deles leves, espalhados por 10 estados.

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Saúde em foco: Saiba mais sobre a gripe suína

Até agora, a doença só havia comprovadamente provocado sete mortes no México, inclusive de um cidadão de Bangladesh . Outras 152 pessoas podem ter morrido vítimas da doença. O país vive um clima de apreensão, como relatam os enviados da TV Globo à Cidade do México .

VC no G1: Está em alguma região afetada? Mande foto, vídeo ou relato

Crede de Itapipoca entrega acervo bibliográfico da Superintendência

A Superintendência Escolar da 2ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede), em Itapipoca, passará a contar com novos instrumentos para a formação continuada em serviço. Na última quinta-feira, dia 23, a 2ª Crede realizou a solenidade de entrega de 23 livros que irão compor o acervo bibliográfico para as superintendentes. Os exemplares servirão para o fortalecimento do trabalho de cooperação e monitoramento pedagógico junto às escolas. Segundo o coordenador da Crede, Pedro Henrique Sampaio, a iniciativa traduz a política de valorização dos profissionais da Secretaria da Educação do Estado (Seduc) e busca contribuir para atingir a visão institucional de um ambiente de trabalho acolhedor e propício ao desenvolvimento de pessoas.
Fonte: site do Gov. do Estado

Enchentes: Itapipoca receberá ajuda do Gonverno Federal

Estado vai repassar R$ 23 milhões para municípios vítimas de enchentes

Os recursos, oriundos do Governo Federal, vão atender 39 municípios atingidos pelas chuvas em 2008.

Vinte e três milhões de reais estão disponíveis para atender os 39 municípios atingidos pelas enchentes em 2008. Os recursos – oriundos do Ministério da Integração Nacional - serão repassados pelo Estado durante solenidades agendadas para a próxima segunda-feira (04) em Lavras da Mangabeira, às 15 horas, e no próxima dia 8, no município de Crateús, às 17 horas. Do montante, R$ 2,3 milhões são referentes a contrapartida do governo estadual.

De acordo com o tenente coronel Leandro Nogueira, da Defesa Civil, os recursos só podem ser aplicados em reconstrução de cenários. “São recuperação de estradas, de passagens molhadas, ampliação e recuperação de bueiros e recuperação de unidades habitacionais”, cita. Para exemplificar, o coronel informa que são no total 727 quilômetros de estradas. Só na recuperação de moradias serão investidos R$ 4,7 milhões. Segundo dados oficiais da Notificação de Desastres da Defesa Civil, 364.861 pessoas serão beneficiadas com as ações.

O tenente coronel William Lopes, do Corpo de Bombeiros, explica que a demora na liberação dos recursos por parte do Governo Federal deve-se a pequena estrutura da Secretaria Especial da Defesa Civil da União, que tem apenas sete engenheiros federais para atender demandas de todo o País. “Já encaminhamos um técnico nosso para, em Brasília, acompanhar o andamento dos processos encaminhados pelo Estado”, defende. O coronel acrescenta que o Ceará foi o primeiro Estado a conseguir a liberação de recursos através da nova Lei editada pelo Governo Federal, que estabelece repasse de recursos, no último mês de novembro.

Os municípios que receberão os recursos serão: Aurora, Alto Santo, Barro, Bela Cruz, Brejo Santo, Caririaçu, Cariús, Cedro, Crateús, Crato, Hidrolândia, Icó, Iguatu, Independência, Ipaporanga, Itapipoca, Itatira Jaguaribe, Jati, Juazeiro do Norte, Lavras da mangabeira, Mauriti, Missão Velha, Mombaça, Novo Oriente, Pacujá, Parambu, Penaforte, Pentecoste, Porteiras, Quiterianópolis, Quixelô, Quixeramobim, Santa Quitéria, Tauá, Taboleiro do Norte, Tianguá, Ubajara e Uruoca.


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Casa Civil

Priscila Teixeira (comunicacao@casacivil.ce.gov.br / 3101.6247)