"A mulher é o próprio paraíso", qualificou o presidente do Senado, José Sarney, em discurso na sessão solene do Congresso, nesta quinta-feira (5), em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado oficialmente no dia 8 de março. As palavras de Sarney, que abriu os trabalhos, foram um complemento ao pronunciamento do presidente da Câmara, Michel Temer, que disse ser necessário retificar citação bíblica segundo a qual a mulher teria desviado o homem do paraíso. "Na verdade, a mulher é quem leva o homem ao paraíso", corrigiu.
Além de Sarney e Temer, estavam à Mesa o 1º vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO); e as primeiras subscritoras do requerimento para a realização da sessão conjunta solene, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) e a deputada federal Sandra Rosada (PSB-RN).
Compareceram, ainda, a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire; e Marisa Gomes da Silva, esposa do vice-presidente da República, José de Alencar, que recebeu homenagem especial de José Sarney pelo exemplo de coragem e luta ao lado do marido, que enfrenta um câncer.
Na sessão, foi realizada a sétima edição da entrega do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz a cinco personalidades femininas que prestaram relevantes serviços para a garantia dos direitos femininos. As agraciadas foram a embaixadora da Boa Vontade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Lily Marinho; a juíza maranhense Sônia Maria Amaral Fernandes Ribeiro; a jornalista, atriz e poeta Elisa Lucinda Campos Gomes; a secretária-geral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cléa Anna Maria Carpi da Rocha; e a assistente social Neide Viana Castanha, que coordena o Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.
O Conselho do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, presidido pela senadora Serys Slhessarenko, decidiu, neste ano, homenagear ainda, in memoriam, a ex-primeira dama da República e antropóloga Ruth Cardoso, que morreu em 24 de junho de 2008.Luciana Cardoso, filha de dona Ruth, recebeu o diploma em nome da família.
Serys, que substituiu Sarney na presidência dos trabalhos, no transcorrer da sessão, afirmou que, infelizmente, ainda falta muito para que a luta pelos direitos das mulheres "seja considerada terminada". A Lei Maria da Penha (11.340/06), que cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, também foi citada pela senadora.
- A violência contra a mulher desde o início da vigência desta lei tem diminuído - festejou Serys.
No último discurso, a ministra Nilcéa Freire apresentou a agenda do Poder Executivo voltada para a Semana Internacional da Mulher, que terá início na próxima segunda-feira (9). Os seguintes parlamentares revezaram-se na tribuna para lembrar o Dia da Mulher: pelo Senado, falaram Roseana Sarney (PMDB-MA), Lúcia Vânia (PSDB-GO), Rosalba Ciarlini (DEM-RN), Patrícia Saboya (PDT-CE), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Cristovam Buarque (PDT-DF). Já pela Câmara dos Deputados discursaram, além de Sandra Rosada, Thelma de Oliveira (PSDB-MT), Janete Rocha Pietá (PT-SP), Aline Corrêa (PP-SP), Perpétua Almeida (PCdoB) e Emília Fernandes (PT-RS).
Ao encerrar a sessão, Serys anunciou que as inscrições para o Prêmio Bertha Lutz de 2009 serão abertas no dia 1º de abril.
O Coral do Senado participou do evento, entoando, antes da abertura dos trabalhos, as músicas "Eu não existo sem você", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, e "Clareana", de Joyce.
Valéria Castanho / Agência Senado
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