terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Temer cria comissão especial para acompanhar crise financeira

Comissão será composta por 17 membros, indicados pelos partidos.
No Senado, Sarney também anunciou comissão com o mesmo fim.

Eduardo Bresciani Do G1, em Brasília


Foto: Agência Estado

O presidente do Senado, José Sarney, e o presidente da Câmara, Michel Temer, ambos do PMDB (Foto: Agência Estado)

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), editou nesta terça-feira (3) um ato criando uma comissão especial na Casa para acompanhar a crise financeira internacional. A comissão será composta por 17 membros, que serão indicados pelos partidos.

Em seus discursos na sessão em que foi eleito, na segunda-feira (2), Temer já havia manifestado muita preocupação com a crise e defendido a necessidade da Câmara entrar no debate de forma ativa.

“Volto a dizer que esta crise que se avizinha encontrará resistência no país e, especialmente, no poder Legislativo. No meu discurso como candidato já disse que vamos trabalhar para que possamos formular idéias para ajudar o país a enfrentar crise”, disse Temer, em seu discurso de posse.

Comissão do Senado

A criação de uma comissão extraordinária para acompanhar os desdobramentos da crise financeira internacional também foi anunciada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que tomou posse no cargo nesta segunda (2).

Para Sarney, a nova comissão não irá se sobrepor à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa. “A CAE trata de economia e de projetos. Essa comissão vai visar exclusivamente acompanhar a crise que o mundo está vivendo e mais nada”, disse o presidente do Senado após a sessão de abertura do Ano Legislativo.

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Lula diz que trabalha com hipótese de retração na economia

Ele diz que em janeiro, fevereiro e março podem aparecer problemas.
‘Estamos preparados para recuperar a economia’, afirma.

Aluizio Freire Do G1, no Rio


O presidente Lula e o governador do Rio, Sergio Cabral, no morro Dona Marta, nesta terça (3) (Foto: Ricardo Stuckert/Presidência)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (3), que trabalha com a hipótese de retração na economia brasileira, apesar de acreditar que o país não sofrerá tanto com a crise quanto os países europeus. O presidente respondia a uma pergunta sobre a pesquisa do IBGE que apontou queda na produção industrial em dezembro.

“Eu acho que a pesquisa industrial em dezembro, mais do que em outros meses, sempre cai mais. Eu trabalho com a hipótese que nós podemos ter uma retração na economia brasileira, mas acredito que o Brasil não sofra o mal que estão sofrendo os países desenvolvidos. Temos muito mais tranqüilidade para resolvermos os nossos problemas”, disse o presidente, durante visita ao morro Dona Marta, no Rio de Janeiro, na tarde desta terça.

“Mês de janeiro, fevereiro e março, a gente pode ter algum problema. Mas estamos preparados para recuperar a economia”, completou.

Segundo Lula, o Brasil tem um problema com o crédito, mas que já está sendo resolvido. Ele citou os recursos repassados ao BNDES, anunciados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no fim de fevereiro.

“Temos um problema com o crédito, mas estamos conseguindo resolver. O dinheiro que nós disponibilizamos para o BNDES vai manter a economia brasileira em uma atividade muito grande. Eu acredito que no decorrer do ano, vamos recuperar parte do prejuízo que tivemos em dezembro”, disse.

Lula anunciou quatro medidas para reativar a economia: “A primeira decisão é não parar nenhuma obra do PAC. A segunda é reduzir o ‘spread’ bancário. A terceira é manter todos os projetos da iniciativa privada financiados pelo BNDES em total atividade. E o quarto, manter todos os investimentos da Petrobras, de R$ 174 bilhões de reais até 2013, cumprindo todo o cronograma”.

Pesquisa

O presidente não quis comentar a pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira (3), que o aponta com novo recorde de 84% de aprovação.

"Eu não faço comentário sobre pesquisa, nem quando estou bem, nem quando estou mal. Acho que a pesquisa retrata o momento político que estamos vivendo. A única coisa em que tenho confiança é dar sinais concretos que nesse momento de crise nós governantes temos que cuidar do nosso país, do nosso estado e da nossa cidade."

Habitação

Pela manhã, durante inauguração de obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na comunidade de Manguinhos, o presidente também mencionou a crise ao anunciar uma plano para construção de 500 mil novas casas que será apresentado a ele em dez dias.

"Nessa crise mundial em que todos os países ricos estão passando maus bocados, vamos tentar mostrar que os países ricos, que há quatro anos ficavam ditando regras, nós agora vamos dizer para eles: façam o que nós estamos fazendo que vocês podem recuperar a economia do seu país", disse.

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Estatais federais investiram R$ 53 bilhões em 2008, diz Planejamento

Volume de investimentos subiu 33% no ano passado, ou R$ 13,2 bilhões.
Investimentos atingem 79,1% do previsto na lei orçamentária, diz governo.

Do G1, em Brasília


O Ministério do Planejamento informou que as 72 empresas estatais federais, cujas contas são acompanhadas pelo governo, teriam investido R$ 53,2 bilhões em 2008, o que representa um crescimento de 33,2%, ou R$ 13,2 bilhões, sobre o ano de 2007 (R$ 39,9 bilhões).

O Ministério do Planejamento não informou se estes valores foram só empenhados, ou se foram efetivamente pagos. Do valor total de investimentos contabilizados pelas estatais no ano passado, 82,2% foram financiados com recursos das próprios, informou o governo.

Em termos gerais, informou o Ministério do Planejamento, a execução dos investimentos em 2008 também foi "melhor" ao atingir 79,1% da dotação da Lei Orçamentária, comparado com 75% em 2007. Considerando-se apenas as empresas do setor de energia, este percentual de execução chega a 83% da dotação.

Petróleo e energia

Responsáveis por 90,7% do total dos investimentos das estatais, as empresas do setor de petróleo e energia realizaram 82,9% da programação anual de 2008. Entre elas, o melhor desempenho foi o das empresas que compõem o grupo Petrobras, com 85,4% – ou seja, R$ 46,9 bilhões executados de um total de R$ 54,9 bilhões da dotação orçamentária autorizada. O percentual de 85,4% obtido pelo grupo Petrobras é ainda mais alto do que em 2007, quando o desempenho observado foi de 81,4%.

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Petróleo fecha o dia em leve alta em Londres e Nova York

No mercado americano, produto fechou valendo US$ 40,78.
Redução de produção da Opep influenciou investidores no dia.

Da France Presse


Os preços do petróleo fecharam em leve alta nesta terça-feira (3) em Nova York e em Londres, sustentados pelo corte de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que tenta compensar a queda da demanda mundial decorrente da crise econômica.


Na Bolsa de Mercadorias e Futuros de Nova York (Nymex), o barril para entrega em março teve alta de US$ 0,70 em relação à véspera, fechando a US$ 40,78. Em Londres, o produto para o mesmo vencimento subiu US$ 0,26, para US$ 44,08.

Justificativas

"Os preços são sustentados pelos dados mostrando que a Opep reduziu sua produção em 1 milhão de barris por dia no mês passado", destacou Phil Flynn, da Alaron Trading. Desde setembro, os cortes da organização superam 4,2 milhões de barris por dia.


Além disso, os preços também foram sustentados por uma ameaça de greve dos trabalhadores do setor petroleiro na Nigéria, o maior produtor africano do produto. "O mercado ainda está procurando uma direção clara, mas a conjuntura não mudou", comentou, por sua vez, Antoine Halff, do Newedge Group.

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Criação de faculdades desacelera no país, segundo censo

Houve uma oscilação de 0,5% em relação ao ano anterior.
Ritmo de abertura de cursos de graduação presenciais também caiu.

Da Agência Estado


A abertura de novas instituições de ensino superior, principalmente particulares, desacelerou depois de dez anos de expansão no país. Segundo dados do Censo da Educação Superior 2007, divulgados nesta segunda-feira (2), houve uma oscilação de 0,5% em relação ao ano anterior.

Da mesma forma, o ritmo de abertura de cursos de graduação presenciais nas instituições caiu _houve um crescimento de 6,2% entre 2006 e 2007, mas já chegou a ser de 14% entre 2002 e 2003.

Mudanças

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo censo, também informou que o levantamento vai mudar a partir deste ano.

Segundo o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, as instituições agora terão de registrar seus dados _número de alunos e professores_ com nome, sobrenome e um documento. Até hoje, elas mandavam apenas a quantidade de estudantes e docentes, sem necessidade de comprovação.


Desde 1994, o número de instituições _assim como o de cursos_ vem crescendo aceleradamente. O ritmo de novos ingressos nas particulares também caiu. No final do ano passado, o Ministério da Educação decidiu reduzir o tamanho de quatro instituições de ensino a distância do país por problemas na qualidade do atendimento depois de um processo de supervisão.

Enade

O próprio Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade), que embasa parte da avaliação dos cursos, deverá passar por modificações para atender a análise dos cursos a distância. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

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Satélite detecta menor planeta já visto fora do Sistema Solar

Ele tem menos de duas vezes o diâmetro da Terra, segundo astrônomos.
Mas, como gira muito próximo de sua estrela, é incapaz de abrigar vida.

Salvador Nogueira Do G1, em São Paulo


Concepção artística de planeta passando à frente da estrela; na porção inferior, gráfico mostra como a detecção seria feita, por conta da redução momentanea de brilho estelar (Foto: CNES)

Cientistas europeus acabam de anunciar a descoberta do menor planeta já descoberto fora do Sistema Solar. Ele é rochoso e tem menos de duas vezes o diâmetro da Terra. Mas é bom não se animar; muito próximo de sua estrela mãe, ele completa um ano a cada 20 horas e experimenta temperaturas altíssimas em sua superfície.

De toda forma, a busca por astros cada vez mais parecidos com a Terra começa a esquentar, graças aos trabalhos do satélite franco-europeu Corot. Projetado pela agência espacial francesa (CNES), o projeto, que conta também com participação brasileira, é basicamente um telescópio espacial da alta sensibilidade, que consegue medir pequenas variações no brilho da estrela. Dependendo do padrão de variação, o fenômeno pode denunciar a ocorrência de um "estelemoto" (um terremoto estelar) ou a passagem de um planeta à frente da estrela (como representado na imagem acima).

Foi assim que o Corot detectou o novo astro, designado COROT-Exo-7b. Sua temperatura local na superfície deve ficar entre 1.000 e 1.500 graus Celsius. Sua composição ainda não é certa. Ele pode ser majoritariamente composto por água (ou, com esse calor todo, vapor d'água), ou pode ser majoritariamente rochoso, como a Terra. Só que uma Terra no lugar errado do sistema planetário -- muito perto da estrela, de forma que a superfície passe o tempo todo como lava derretida.

Em ambos os casos, é um cenário diferente de tudo que pode ser encontrado em nosso próprio Sistema Solar.

"Encontrar um planeta pequeno assim não foi uma surpresa completa", disse, em nota, Daniel Rouan, pesquisador do Observatório de Paris Lesia e coordenador do projeto. "O COROT-Exo-7b pertence a uma classe de objetos cuja existência já foi prevista há um bom tempo. O Corot foi projetado exatamente na esperança de encontrar alguns desses objetos."