domingo, 24 de agosto de 2008

Pequim encerra seus Jogos Olímpicos em festa com clima de dever cumprido

Sem o tom nacionalista da abertura, cerimônia apostou em espírito universal, já apontando para os Jogos da cosmopolita Londres

Pedro Só Do Globoesporte.com

quadro de medalhas

posição / país medalhas de ouro medalhas de prata medalhas de bronze
1 China CHI 51 21 28
2 Estados Unidos EUA 36 38 36
3 Rússia RUS 23 21 28
4 Reino Unido GBR 19 13 15
5 Alemanha ALE 16 10 15
23 Brasil BRA 3 4 8

» veja o quadro completo

Agência/Reuters

Jimmy Page e Leona Lewis: brilho na parte musical da festa em Pequim

E novamente o estádio Ninho do Pássaro se encheu com cerca de 91 mil pessoas. Desta vez, para encerrar a 29ª edição dos Jogos Olímpicos, apontados por jornalistas do "The New York Times" como os mais bem organizados de todos os tempos (opinião da qual Fabiana Murer, decerto, discorda).

O começo teve elementos semelhantes aos vistos na abertura: contagem regressiva feita com fogos de artifício (ou efeitos de luz, provavelmente), a multidão cantando o hino chinês junto com o presidente Hu Jintao, a tradicional percussão fou sendo tocada por crianças, mulheres e homens. Desta vez, porém, o baticum foi amplificado por dois tambores gigantes...

Veja a supergaleria de fotos da cerimônia de encerramento dos Jogos

Depois, mais uma especialidade chinesa: a onda humana no centro do gramado, formigueiro de figurantes milimetricamente coreografado formando um circuito para rodas de luz. E a China, que durante o maoísmo foi o país das bicicletas, revisitou seu passado recente numa bela imagem em azul e vermelho.
O presidente do Comitê Organizador de Pequim 2008, Liu Qi, comemorou os 38 recordes mundiais quebrados e mencionou o legado deixado, tanto esportivo quanto cultural, lembrando os slogans bem ao gosto marqueteiro do regime chinês: Olimpíadas verdes, Olimpíadas high-tech e Olimpíadas do Povo.


- Durante os Jogos, o mundo esteve unido como uma família olímpica. Foi uma grande celebração do esporte, uma grande celebração da paz e uma grande celebração da amizade - discursou Qi.

No desfile de atletas, a mistura de nações e continentes já marcou a transição de Pequim, da milenar civilização tradicionalmente fechada, à cosmopolita Londres, palcos dos Jogos Olímpicos de 2012. Chineses, bielorrussos, espanhóis, jamaicanos, americanos e quenianos, gente de 204 países festejou junta com alegria contagiante - que pode ser creditada tanto ao fim dos Jogos como pela proximidade da volta para casa e o reencontro com suas famílias..

Maurren Maggi, a porta-bandeira brasileira, foi a 39ª atleta a aparecer, mas não foi muito destacada pelas câmeras da transmissão internacional. O levantador Marcelinho, emocionado, apareceu beijando sua medalha de prata, já recuperado das lágrimas vertidas após a derrota na final para os EUA.

Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional, entregou as medalhas para os maratonistas, honra que a prova olímpica mais nobre reserva aos seus heróis: ouro para Samuel Wansiru, do Quênia; prata para Jaouad Gharib, do Marrocos; e bronze para Tsegay Kebede, da Etiópia. E o hino do Quênia ecoou no Ninho de Pássaro.

Depois da homenagem aos voluntários que trabalharam na organização, um outro hino foi executado: o grego, por tradição olímpica. Como a Grécia não ganhou nenhuma medalha de ouro em Pequim, foi a primeira vez que a melodia foi ouvida nesta edição dos Jogos. Ainda seria escutado na festa outro hino, o britânico: "God save the queen", logo após a extinção da chama olímpica.

Um espetacular ônibus de dois andares, tipicamente londrino, fez a transição para a próxima aventura na epopéia olímpica moderna. Ele foi se transformando numa representação da Torre de Londres, de onde, espetada em um micropalco feito destaque de escola de samba, despontou a cantora Leona Lewis (vencedora da versão inglesa do reality show de calouros “American Idol”). Acompanhada pelo legendário guitarrista do Jimmy Page, do Led Zeppelin, ela interpretou uma versão surpreendentemente boa de
“Whole lotta love”, clássico da banda inglesa. Page fez todas as caretas costumeiras ao solar, em playback, e empolgou o estádio. David Beckham, entrando mudo e saindo calado, também causou comoção. Bastou chutar uma bola e dar simbolicamente o pontapé inicial dos Jogos de Londres.

Ainda haveria um número musical pop estrelado por cantores chineses e coreanos, com o refrão "Beijing, Beijing, I love you", e um duo entre o tenor espanhol Plácido Domingo e a soprano chinesa Song Zuying.

Perto do fim, foi erigida no centro do palco uma belíssima Torre da Memória. Alguns cariocas enxergaram semelhanças entre a estrutura e o carro do DNA usado pelo carnavalesco Paulo Barros, da Unidos da Tijuca, em 2004. Se não foi tão "inesquecível" quanto a abertura, o fim dos Jogos de Pequim teve a vantagem da duração bem mais curta ("apenas" duas horas) e o mérito de apontar para outras belezas. Entre elas, a beleza da diversidade.

Felipe massa vence GP da Europa de Fórmula 1


24/08/2008 - 13h52

FOTOS: a vitória de Massa em Valência


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Felipe Massa mantém a ponta desde a largada

Agência / EFE

Agência/Reuters


FELIPE MASSA VENCE A PRIMEIRA CORRIDA NO CIRCUITO DE VALÊNCIA! O brasileiro larga na frente e termina na primeira colocação. Hamilton é o 2º e Kubica o 3º colocado.

VOLTA 57: FELIPE MASSA CRUZA A BANDEIRA QUADRICULADA. O BRASILEIRO VENCE O GP DA EUROPA!!!!!!

Massa vence em Valência e reassume 2º lugar da temporada

Do UOL Esporte
Em São Paulo
O brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, venceu o GP da Europa de Fórmula 1, disputado em Valência, na Espanha e reassumiu a segunda colocação no Mundial de Pilotos beneficiado pelo desempenho de seu companheiro de equipe, o finlandês Kimi Räikkönen, que teve problemas com o motor e não completou a prova.

IMAGENS DA PROVA EM VALÊNCIA
AFP
Felipe Massa largou na frente e manteve a primeira posição da prova em Valência
AFP
O piloto brasileiro manteve boa vantagem sobre os adversários para vencer a corrida
FOTOS DA CORRIDA EM VALÊNCIA
CLASSIFICAÇÃO DA TEMPORADA
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O resultado só não foi melhor para o brasileiro porque o inglês Lewis Hamilton acabou a corrida em segundo lugar e tem agora seis pontos de vantagem na liderança da temporada. O inglês da McLaren foi para 70 pontos, contra 64 de Massa e 57 de Räikkönen. Robert Kubica, da BMW, completou o pódio.

Mas, apesar de não ter conseguido colar no líder, Massa provou com a vitória que não estava blefando quando disse logo após a prova da Hungria que ainda acreditava em conquistar o título da temporada. Na prova de Hungaroring, disputada há três semanas, o brasileiro largou em terceiro, assumiu a ponta ainda na primeira volta, mas teve problemas com o motor nas voltas derradeiras e viu o finlandês Heikki Kovalainen herdar a vitória.

A corrida

Massa conseguiu manter a primeira posição na largada, enquanto Hamilton precisou se preocupar mais em impedir que Kubica lhe roubasse o segundo lugar. O finlandês Heikki Kovalainen forçou na saída e tirou a quarta colocação do compatriota Räikkönen.

Para decepção dos torcedores locais, o espanhol Fernando Alonso abandonou a prova logo no início depois de se envolver em acidente com Kazuki Nakajima.

Massa foi para os boxes na 15ª volta, colocou bastante gasolina e voltou para a pista na quarta colocação, à frente de seu companheiro de equipe Kimi Räikkönen, mas recuperou a ponta logo seis voltas depois, quando todos os pilotos que ocupavam as primeiras posições fizeram suas paradas e ainda abriu boa vantagem para Hamilton.

A segunda parada de Massa aconteceu na 36ª volta. Quando se preparava para voltar à pista, ele quase se chocou com Adrian Sutil em incidente que ainda será analisado pelos responsáveis pela prova, mas que não deve tirar a vitória do brasileiro

Massa manteve a liderança da prova e, a partir daí, só precisou administrar para conquistar a sua quarta vitória em 2008. Antes do fim, Räikkonen abandonou depois de ter problemas com o motor. Nelsinho Piquet, da Renault, foi o 11º colocado, enquanto Rubens Barrichello, da Honda, terminou em 16º.

A próxima etapa da temporada acontece no circuito belga de Spa Francorchamps no dia 7 de setembro.
Fonte: uol e Globoesporte.com.br

Brasil tomba diante dos americanos e fecha com prata o ciclo olímpico

Time de Bernardinho, que chegou a Pequim com crises na bagagem, esbarra na superioridade americana e volta para casa sem o ouro

GLOBOESPORTE.COM Pequim

Após o glorioso 29 de agosto de 2004, quando festejou o ouro em Atenas, a seleção masculina de vôlei mergulhou num ciclo olímpico cheio de transtornos. Até este domingo, correram 47 meses, 26 dias e algumas horas de provação para um time que um dia pareceu imbatível. Crises internas, bate-bocas, derrotas dolorosas, feridas que, aparentemente, só poderiam ser fechadas no degrau mais alto do pódio em Pequim. Pois é hora de fazer mais curativos.

Agência/Reuters

O retrato da decepção: Brasil esbarra nos Estados Unidos e fica com a medalha de prata

O filme que o Brasil já tinha visto em terreno doméstico, na Liga Mundial, ganhou uma amarga reprise do outro lado do planeta. No Ginásio da Capital, mesmo apoiado pela torcida, o Brasil esbarrou na superioridade dos Estados Unidos. E ficou com a prata.

A derrota por 3 sets a 1, de virada, com parciais de 20/25, 25/22, 25/21 e 25/23, colocou no rosto dos jogadores a expressão de desânimo. Após atuação apagada, o capitão Giba passou calado pela zona de entrevistas. Deixou os companheiros no banco, onde o choro do novato Bruninho ilustrava a decepção.

Bom início do Brasil, reação americana

Pelo retrospecto em 2008, os americanos já chegaram à final em vantagem, invictos na competição e orgulhosos da vitória na Liga Mundial, em pleno Rio de Janeiro. Além disso, os jogadores pretendiam dedicar a vitória ao técnico Hugh McCutcheon, que teve parentes atacados em Pequim (seu sogro faleceu dias depois). Do outro lado, o time de Bernardinho tinha o ouro de Atenas a defender. Mesmo diante do freguês recente, os Estados Unidos cometeram muitos erros no primeiro set. Tanto que o técnico Hugh McCutcheon gastou os dois tempos a que tinha direito para tentar salvar uma parcial que parecia perdida. Parecia, não. Estava mesmo. Como se jogasse um amistoso, o Brasil atravessou o set sem sustos e, após 26 minutos, fechou em 25 a 20.

Stanley deu a partida na reação dos EUA

O “amistoso” terminou assim que a bola entrou em jogo no segundo set. E surgiu o monstro Clayton Stanley. Encapetado, o americano sacou, defendeu e atacou. Com o time nas costas, fez Stanley 6 x 0 Brasil. A vantagem chegou a 8 a 1 e, incrédula, a seleção brasileira não conseguia responder. Quando o placar marcava 14 a 7, o algoz voltou ao saque, mas desta vez a equipe verde-amarela virou logo na primeira tentativa. Mais que isso, voltou para o jogo e cortou a vantagem para dois pontos.

A solução de Bernardinho foi tirar André Nascimento e improvisar Murilo - habituado a jogar pela entrada da rede - como oposto. Após um ponto do jogador, a comemoração teve direito a chute do líbero Serginho na bola, que foi parar nas arquibancadas.

Quando a diferença caiu para um ponto, Giba agradeceu ao levantador Marcelinho com um beijo no rosto. Mas logo em seguida, não conseguiu segurar outra bomba de Stanley no saque. E foi pelas mãos do atacante americano que o set terminou em 25 a 22.

Após o primeiro set, só deu Estados Unidos

Americanos viram no terceiro set

Stanley foi parado logo na primeira bola do terceiro set. Sinal de que o “time de um só” não daria mais trabalho? Nada disso. O oposto manteve os saques forçados e os ataques potentes. Além disso, os EUA tinham a filosofia do Brasil na cabeça. As jogadas eram as mesmas implementas pelos brasileiros durante a 'Era Bernardinho', principalmente a bola de velocidade. Parecia que a seleção brasileira estava jogando contra ela mesma. Mas não estava. Do outro lado da quadra, havia um grande time.

Nervoso, Giba gritava:

- Vamos jogar, vamos jogar!

E o Brasil até jogou, mas não o suficiente. Ousado nas distribuições e nos saques, Bruninho, estreante em Olimpíadas, foi decisivo para a aproximação no placar. Mas já era tarde. A diferença no placar não foi alcançada e os americanos fecharam o terceiro set em 25 a 21.

Na quarta parcial, o Brasil acertou o bloqueio e se manteve à frente no placar até a casa dos 20 pontos. O time de Bernardinho chegou a abrir 20 a 17 e deu a entender que poderia reagir na partida. Pura ilusão, porque Stanley apareceu de novo. Bernardinho abria os braços e parecia não acreditar à beira da quadra. A vantagem de quatro pontos tinha desaparecido e a prata estava cada vez mais próxima.

Sem contar com Giba e André Nascimento na sua melhor forma, dois dos jogadores mais decisivos da seleção nos últimos oito anos, o Brasil não conseguia superar a marcação americana, perdendo contra-ataques seguidos. O canhoto da equipe verde-amarela teve aproveitamento de apenas 7% no ataque (um acerto em 15 tentativas), enquanto Giba converteu apenas 12 dos 38 ataques que teve no jogo (32%).

Os americanos sorriam.

Afinal, os fregueses estavam sucumbindo novamente. Giba deixou a quadra para Bruninho sacar. Antes de sair, encostou as mãos na cabeça do levantador e trocou algumas palavras. Em vão. Os Estados Unidos fecharam o set, botaram o ouro no peito e mergulharam a equipe verde-amarela em mais quatro anos de provação.