segunda-feira, 28 de julho de 2008

Europa oferece nova cota ao etanol brasileiro

Há dois dias, Bruxelas havia oferecido 1,4 milhão de toneladas em dez anos.
Setor privado ameaça abrir disputa na OMC se não houver acordo.
Da Agência Estado

A União Européia (UE) ofereceu neste domingo (27) uma nova cota ao etanol brasileiro para tentar fechar um acordo com o Brasil na Rodada Doha. Para o Itamaraty, não haverá um acordo final enquanto não houver uma solução para o produto que é o carro-chefe da política comercial do governo Lula.

Há dois dias, Bruxelas havia oferecido 1,4 milhão de toneladas em dez anos, mas o governo alertou que o volume seria insuficiente. Agora, apresentou novos números que começam a deixar o setor privado mais satisfeito.

Pela nova proposta, a cota estaria indexada pelo consumo futuro europeu, o que permitiria um incremento nas exportações nos próximos anos. "Estamos avançando o debate", afirmou o chanceler Celso Amorim, sem declarar que estaria satisfeito com o volume dado pelos europeus.

Disputa

Mesmo assim, o setor privado brasileiro alerta que pressionará pela abertura de uma disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC) se a Rodada Doha não der uma solução e de fato reduzir as tarifas para a exportação do etanol nos Estados Unidos (EUA) e Europa.

"Vamos ter de abrir uma disputa se não sairmos sem um acordo", alertou Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), que foi até Genebra acompanhar o processo. "Se o processo continuar como está, o etanol será o único produto que não será beneficiado da Rodada Doha", afirmou Jank.

Neste domingo, Celso Amorim confirmou que continua negociando um acesso aos mercados tanto da Europa como dos EUA e insinuou que não há como fechar um acordo sem uma solução para esse tema. Nas negociações com a UE, a proposta inicial de Bruxelas significaria um congelamento do atual comércio pelos próximos 20 anos, o que não foi aceito pelo país. Já com os EUA, os diplomatas americanos e Amorim se reúnem amanhã para debater a situação.

A Casa Branca, porém, resiste em cortar a tarifa que hoje é de US$ 0,54 por galão. A medida é possível graças a um artigo no acordo da OMC que permite que países escolham produtos que ficam de fora de liberalizações. "Esse é o cupim no porão do prédio da OMC que ameaça todo o edifício", afirmou Jank.

Fonte:G1.combr

Montanha nos EUA fica cada vez mais gelada



Você já cansou de ouvir que as ações do homem estão provocando a elevação da temperatura no planeta. Mas, estranhamente, existe um lugar nos Estados Unidos onde acontece o contrário!


Cada gota derramada é um sinal do aquecimento.
A corredeira formada pelo degelo agora se transforma em rio e desce velozmente pela grande montanha. Mas ninguém lamenta. O derretimento é mais do que natural, completamente esperado em uma época em que a temperatura passa de 20º C. Afinal, é verão na Califórnia.
O que ninguém imaginava é que, apesar do aquecimento global, o Monte Shasta ficaria, ano após ano, cada vez mais gelado.
O sol apareceu às 6h e a gente começou a caminhada. Duas horas depois, a lua desapareceu e o chão de pedras deu lugar a um enorme tapete branco. São nossos primeiros passos na neve. A caminhada até o topo leva um dia inteiro. É preciso mais um para voltar. O Monte Shasta tem 4.322 metros. De acordo com a mitologia indígena da região, as geleiras são as marcas deixadas pelos pés de Deus em um dia em que ele desceu à Terra.
E as "pegadas divinas" estão cada vez maiores. Algumas geleiras praticamente dobraram de tamanho nos últimos 60 anos. A maior delas, que tinha pouco mais de três quilômetros, ficou 900 metros mais extensa e aumenta 15 metros por ano.
O aumento da quantidade de gelo no Monte Shasta, em um momento em que grande parte das geleiras do planeta está em processo de derretimento, é o resultado de uma raríssima combinação de fatores. No fim das contas, uma conseqüência, justamente, do aquecimento global.
A temperatura do Oceano Pacífico, quase dois graus mais quente do que há apenas 60 anos, faz evaporar uma quantidade cada vez maior de água. A nuvem viaja pelo continente e quando chega ao cume do Monte Shasta, no inverno, esbarra com uma temperatura em torno de -15º C. O resultado é um volume de neve 20% maior. Foi o que concluiu a equipe de Sláwek Tula-Tchék na Universidade da Califórnia, em Santa Cruz.
“É certamente uma notícia boa para essa região. O Monte Shasta fornece muita água e mantém um ecossistema importante. Mas não dá para dizer se é bom ou ruim do ponto de vista do aquecimento global. O mais importante é mostrar que a natureza reage de maneira diferente às mudanças climáticas em cada parte do planeta”, explica o pesquisador.
Isso, segundo o pesquisador, significa que devemos também agir de maneira diferente em cada região. Mas, se nada for feito, é possível que as geleiras do Monte Shasta não tenha forças para resistir. Os cálculos matemáticos mostram que se o planeta continuar esquentando desse jeito nem toda a neve do inverno vai ser capaz de compensar o derretimento de verões cada vez mais quentes.
Seguindo o ritmo atual, em algumas décadas, as geleiras que hoje causam surpresa pelo crescimento acelerado devem começar a diminuir. E no fim do século, o monte gelado seria só uma pequena ponta de esperança derretida. Mas a expectativa do pesquisador e certamente de todos nós é mais um reviravolta no curso da história, certamente, a favor da natureza.