sábado, 18 de outubro de 2008

Economia Brasileira, superação a cada crise mundial

Investidores contam o que aprenderam com a crise na Bovespa

Perdas no mercado financeiro testam os nervos dos investidores.
G1 mostra histórias de quem tenta contornar a baixa do mercado.

Ligia Guimarães e Fernando Scheller Do G1, em São Paulo


Os sucessivos "tombos" da Bovespa, acompanhados de raros momentos de euforia, têm tirado o sono dos pequenos investidores que apostaram no mercado de ações e amargam prejuízos com o fim do ciclo de valorização causado pela crise financeira internacional: em 2008, o principal índice da bolsa paulista já caiu 43%.

Atraídas pelos últimos cinco anos de alta do Ibovespa (que saltou dos 11.268 pontos, em 2002, para 63.886, em 2007), muitas pessoas físicas colocaram dinheiro em renda variável recentemente. Segundo números da Bovespa, considerados os meses de setembro, o número de investidores individuais cresceu de 284,5 mil, em 2007, para 527,6 mil, neste ano.

Para muitos desses investidores, o sobe-e-desce recente nas bolsas em todo o mundo é uma experiência inesperada e um exercício de paciência indesejado por quem só queria rendimento maiores. Por isso, o G1 entrevistou investidores que sentiram na pele - e no bolso - os efeitos da "montanha russa" financeira. Eles contam o que aprenderam com a crise financeira.

Saída definitiva

O representante comercial Dorival dos Santos, 59 anos, tirou R$ 2 mil da renda fixa para aplicar em um fundo de ações da Vale e da Petrobras. “Eles me mostraram o quanto as ações tinham subido no ano passado, e eu pensei: vou colocar alguma coisa só para ver como funciona."

O objetivo, segundo Dorival, era usar o rendimento para comprar uma televisão LCD no final do ano. Mas o sobe-e-desce esgotou a paciência do investidor. Há cerca de 15 dias, decidiu pegar o dinheiro de volta antes que a situação ficasse pior: resgatou R$ 1,3 mil. “Foi sufoco, resolvi tirar porque senão não ia comprar nem um chicletinho."

O que aprendeu: “Eu não entro mais. É um mercado legal para quem tem disponibilidade, para quem gosta de sofrer, é ótimo. Eu prefiro uma coisa mais light."

Diversificação

O empresário Franklin Toassa, 25 anos, começou a investir em ações há cerca de dez meses. Optou por diversas formas de renda variável: um fundo de ações escolhidas por uma corretora, um fundo de papéis da Vale e Petrobras e ações que comprou pelo home broker. Ele estima que, até agora, tenha perdido cerca de R$ 6 mil.

Toassa diz que superou o nervosismo das perdas porque não tem planos de usar o dinheiro aplicado no curto prazo. Apesar disso, lamenta não ter aplicado parte das economias em investimentos que pudesse resgatar em caso de necessidade. “A gente não espera uma super queda dessas."

O que aprendeu: “A diversificar mais. Eu colocaria dinheiro em outras coisas também para ter mais liquidez. Ação é para longo prazo."

Mudança de estratégia

O economista Rodrigo Nogueira, de 25 anos, começou a operar na Bovespa na época das “vacas gordas”, em 2004. Ainda estudante, aplicou R$ 500 e entrou e saiu diversas vezes do mercado financeiro, aproveitando a tendência de alta. Aos poucos, aumentou o montante aplicado.

O economista diz que, no balanço dos quatro anos em que aplica no mercado financeiro, já está no negativo. Não desistiu, no entanto, de investir em bolsa. Pelo contrário: diz que agora aposta no longo prazo e que não fará parte do “efeito manada”, em que investidores saem da bolsa por conta das perdas.

Por acreditar que o certo é “comprar na baixa e vender na alta”, o economista voltou à Bovespa recentemente, quando o índice chegou aos 40 mil pontos. Para se proteger, trocou ações mais arrojadas - e arriscadas - por papéis tradicionais.

O que aprendeu: “O jeito é “esquecer do dinheiro por um tempo (...) A estratégia é tentar diminuir esse prejuízo, tem que ter frieza nesses momentos."

Influência do gerente

O assessor jurídico Renato Pires, 34 anos, nem tinha interesse no mercado de ações. Estava feliz com os seus R$ 40 mil aplicados na velha poupança. Entrou em março, seguindo recomendação de seu irmão mais novo, gerente de banco, que recomendou investimento em um fundo que cobria perdas de até 12%.

Como a desvalorização do mercado superou o valor garantido pelo banco, ele já acumula perdas de R$ 8,5 mil. "Vou esperar até março, quando empatar eu vou sair. Já disse para o meu irmão que, se eu precisar do dinheiro nesse tempo, ele vai ter que me pagar a diferença."

O que aprendeu: "Se fosse hoje eu não aplicaria de novo, deixaria lá na conta-poupança. É um mercado que tem influência de acontecimentos mundiais. Você está investindo em uma coisa sobre a qual você não consegue controlar tudo."

Mais informação

O economista Leandro Marques, 25 anos, não é novato no mercado de ações: começou a investir há cinco anos e já enfrentou os altos e baixos do mercado. Nada parecido, no entanto, com os efeitos da crise financeira atual.

Até agora, ele estima ter perdido cerca de 30% de seus investimentos. “Eu só tinha vivido realizações normais, de crise política, essas coisas. Você nunca imagina que vai passar pela pior crise desde 1929”, diz.


Embora ainda acredite no mercado de ações e esteja tranqüilo porque quer usar o dinheiro apenas na aposentadoria, ele acredita que poderia ter ficado mais atento aos indícios da gravidade da crise e, quem sabe, vendido alguns papéis antes do aprofundamento da baixa.

O que aprendeu: “Daqui pra frente vou ficar mais atento para este tipo de noticiário (o econômico internacional). Se estivesse mais informado, talvez pudesse ter comprado menos. Isso serve de lição."

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Eleições Americanas: Votação com misto de modernidade e arcaico

Americanos testam novas tecnologias de votação eletrônica

Apuração na eleição dos EUA é atrasada se comparada com a do Brasil.
Mas especialistas prometem avanços já nas eleições deste ano.

Da Reuters, em Los Angeles


Foto: Reuters
Reuters
Eleitora americana usa urna eletrônica em eleição local em Denver, Colorado, em foto de 2006. (Foto: Reuters)

Na Califórnia, berço da indústria dos computadores, a maioria dos eleitores ainda usará papel e caneta para votar na eleição do dia 4. Enquanto isso, em lugares remotos, como a Amazônia e o Himalaia, eleitores brasileiros e indianos já estão habituados às urnas eletrônicas.

Em 2000, problemas na perfuração de cédulas da Flórida atrasaram em 35 dias o polêmico resultado da eleição que levou George W. Bush à Casa Branca. Para efeito de comparação, na última eleição presidencial brasileira, em 2006, os 130 milhões de votos foram apurados em cerca de 150 minutos.

Embora as eleições norte-americanas ainda pareçam incrivelmente atrasadas, especialistas dizem que desta vez o sistema será mais seguro e confiável do que em 2000 e 2004.

"Retiramos as cédulas perfuráveis, que se mostraram um jeito ruim de votar", disse Charles Stewart, chefe do departamento de Ciência Política do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e membro do Projeto de Tecnologia Eleitoral Caltech/MIT.

"Estamos também a ponto de aposentar as máquinas mecânicas com alavancas, que tampouco são uma forma muito boa de votar. Os eleitores que usam essas duas tecnologias eram 40 a 50 por cento do eleitorado em 2000", disse. Nos EUA, ao contrário do Brasil, não existe um sistema único de votação --cada Estado ou condado define o seu.

A bagunça com as cédulas perfuráveis em 2000 provocou uma corrida para as urnas eletrônicas, mas problemas técnicos e de segurança em 2004 afetaram a reputação dessa nova tecnologia.

Alguns Estados e condados reajustaram seus sistemas eletrônicos, e neste ano condados de 24 Estados usarão urnas eletrônicas ou máquinas com alavancas. Outros, porém, desistiram da eletrônica e voltaram ao papel.

A empresa Diebold -que tem contrato para fornecer as urnas eletrônicas brasileiras- é muito criticada pela tecnologia empregada nos EUA.

No Brasil, a experiência com urnas eletrônicas começou nas eleições municipais de 1996, e nos pleitos seguintes as cédulas de papel foram gradualmente sendo eliminadas. Nos próximos 5 a 10 anos, Tribunal Superior Eleitoral pretende adotar recursos para o reconhecimento facial dos eleitores, para diminuir fraudes e eliminar ao máximo a intervenção humana.

"Tínhamos um processo eleitoral demorado e fraudulento, totalmente não-confiável, e essa foi a principal motivação para o nosso grande investimento nesta área", disse Giuseppe Janino, diretor de tecnologia do TSE.


O Brasil costuma ceder urnas eletrônicas e seu conhecimento a outros países, mas não pretende vender as máquinas. E os EUA, segundo Janino, não pediram ajuda ao Brasil.


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F1- Grande Premio da China, Massa larga em terceiro

Lewis Hamilton é pole, e Felipe Massa sai em terceiro no GP da China

Inglês supera brasileiro da Ferrari por 0s586 no grid de largada

GLOBOESPORTE.COM Xangai, China

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Agência
AP
Lewis Hamilton comemora a pole position no GP da China

Lewis Hamilton vai largar na pole position do GP da China, que será disputado neste domingo no circuito de Xangai. O inglês da McLaren, líder do campeonato, foi 0s586 mais rápido que Felipe Massa, que larga na terceira posição. Kimi Raikkonen, companheiro do brasileiro na Ferrari, marcou o segundo tempo no treino classificatório.

A Rede Globo transmite o GP da China na madrugada deste domingo, às 5h (de Brasília), já no horário de verão. O GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real as 56 voltas da penúltima prova da temporada 2008.

Fernando Alonso, da Renault, vencedor dos GPs de Cingapura e do Japão, marcou o quarto tempo, uma posição à frente do finlandês Heikki Kovalainen, companheiro de Hamilton na McLaren. O alemão Nick Heidfeld, da BMW Sauber, sai na sexta posição, seguido pelo compatriota Sebastian Vettel, da STR.

Jarno Trulli, da Toyota, conseguiu o oitavo tempo no treino classificatório e Sebastien Bourdais, o nono. Mark Webber, que era o sexto, teve de trocar o motor antes do treino classificatório e perdeu dez posições no grid de largada. Com isso, o australiano da RBR começa a corrida apenas na 16ª colocação.


Candidato ao título, Robert Kubica é eliminado na segunda parte
Agência
Reuters
Felipe Massa conseguiu apenas a terceira posição no grid

O polonês Robert Kubica, terceiro colocado no campeonato, foi eliminado ainda na segunda parte do treino classificatório em Xangai. O piloto da BMW Sauber não conseguiu um bom desempenho e larga apenas na 11ª posição, uma à frente do alemão Timo Glock, da Toyota.

Outro eliminado no Q2 foi o brasileiro Nelsinho Piquet, que ficou a apenas sete milésimos do décimo colocado no trecho da sessão, o italiano Jarno Trulli, da Toyota. Com isso, o piloto da Renault ficou com o 10º tempo no grid de largada e foi superado mais uma vez pelo companheiro Fernando Alonso, bicampeão da Fórmula 1 em 2005 e 2006.

Rubens Barrichello, por sua vez, conseguiu reagir após uma sexta-feira muito ruim para a Honda, quando a equipe fechou a tabela de tempos. Ainda com futuro incerto na Fórmula 1, o brasileiro avançou ao Q2, o que não acontecia há muito tempo, e vai largar na 13ª posição, cinco à frente do companheiro Jenson Button, que caiu ainda no Q1.

A duas corridas do fim de sua carreira, o escocês David Coulthard continua com um desempenho ruim. O piloto da RBR também foi eliminado na primeira parte do treino e vai largar apenas na 15ª posição. Ele foi superado com sobras pelo companheiro, o australiano Mark Webber, que foi para a superpole, mas perdeu dez posições por ter trocado o motor no último treino livre e sai apenas em 16º.

Reta final: Simule os resultados dos últimos dois GPs e eleja seu favorito