quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Transatlântico de luxo ancora em Dubai para virar hotel flutuante

da Associated Press, em Dubai (Emirados Árabes Unidos)

O Queen Elizabeth 2, o mais famoso transatlântico britânico de luxo, chegou hoje a Dubai para começar uma nova vida como hotel flutuante, ancorado em uma ilha artificial.

Kamran Jebreili/AP
Transatlântico Queen Elizabeth 2 deixou o Reino Unido no dia 11 para sua última viagem
Transatlântico Queen Elizabeth 2 deixou o Reino Unido no dia 11 para sua última viagem

Mais de 60 barco da Marinha e particulares, liderados pelo megaiate do governante de Dubai, recepcionaram a embarcação de 70 mil toneladas no Golfo Pérsico. No porto Rashid, o lendário navio foi recebido pela banda da polícia de Dubai, com direito a fogos de artifício.

Com 40 anos nos mares, a embarcação de 294 metros de comprimento viajou 6 milhões de milhas, carregou 2,5 milhões de passageiros e cruzou o oceano Atlântico mais de 800 vezes.

"Para o QE2, acreditamos que a vida realmente começa aos 40", brincou Manfred Ursprunger, o executivo-chefe da Nakheel, responsável pelo novo negócio. Segundo ele, serão precisos dois a três anos para adaptar o navio e transformá-lo em um hotel com dúzias de quartos, diversos restaurantes, um teatro e um spa.

Alguns dos mais famosos quartos do QE2, como The Queen's Room (O Quarto da Rainha), The Captain's Quarters (Os quartos dos Capitães) e The Bridge (A Ponte) serão preservados.

A Cunard, antiga proprietária da embarcação, a vendeu no ano passado por cerca de US$ 100 milhões (R$ 231 milhões).

Lançado em 1967, o navio entrou em operação em 1969 e tem ao menos 26 voltas ao mundo no currículo. Ele saiu de Southampton, no Reino Unido, em 11 de novembro para sua última viagem.

Aquecimento global ‘expulsará’ 483 mil do Nordeste até 2050, diz estudo

Cientistas projetaram a futura economia, saúde e migração da região.

Investimentos atuais poderiam melhorar a qualidade de vida até lá.

Isis Nóbile Diniz Do G1, em São Paulo

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A notícia não é boa para a região Nordeste do país nesses tempos de mudança climática. Segundo um novo estudo, até meio milhão de pessoas deixarão os estados nordestinos daqui até 2050. A migração deverá ser conseqüência de agricultura e pecuária cada vez menos viáveis, com o aumento das temperaturas. O que deverá afetar a economia e a saúde, primeiramente, da própria população local. E, em seguida, de todo o país.

 

Os pesquisadores analisaram o impacto do aquecimento global no Nordeste tomando por base os dados do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, em inglês). Os relatórios desse órgão da ONU costumam apresentar diversas projeções, com base em diferentes níveis de reação dos países ao aquecimento global. Da mesma maneira trabalhou o estudo brasileiro, que trabalhou com dois cenários. No mais pessimista deles, cerca de 483 mil pessoas deixariam o Nordeste rumo a outras regiões do país até 2050. De acordo com essa projeção do pior cenário, a temperatura média para a região do Nordeste deverá subir quatro graus Celsius até 2070.

 

O estudo “Migrações e Saúde, Cenários para o Nordeste Brasileiro, 2000-2050”, financiado pelo Global Opportunities Fund (GOF), por meio da Embaixada Britânica no Brasil, mapeou essas conseqüências sociais e econômicas das mudanças climáticas sobre a região.

Foram quase dois anos para analisar as questões econômica, de migração e saúde pública. A conclusão é que as áreas mais dependentes da agricultura e da agropecuária serão as mais afetadas. Conseqüentemente, as populações atingidas serão os grupos social e economicamente vulneráveis. Como, por exemplo, pequenos produtores agrícolas que não dispõem de bens de produção ou mecanismos de adaptação.

 

Industrialização

Quanto mais industrializado o estado, menos seus habitantes sofrerão com a mudança climática -- como é o caso da Bahia. Por outro lado os estados mais dependentes da agricultura, como o Maranhão, o Piauí e Alagoas, serão mais afetados.

“A desigualdade social poderá até piorar”, diz Edson Domingues, um dos pesquisadores e professor do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Nós não tínhamos idéia de como a mudança climática afetaria o local, pois não temos exemplos passados”, diz

Nesse momento, uma série de problemas serão recorrentes. “Haverá um impacto econômico muito forte no setor da agricultura, que levará a redução de renda, emprego e do PIB do local”, diz Alisson Barbieri, um dos coordenadores do projeto e professor de demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Isso levará a uma queda acentuada do consumo das famílias, em comparação com as demais regiões do Brasil.

No primeiro instante, as pessoas sairão das zonas rurais em direção às capitais nordestinas. Depois, seguirão rumo à Amazônia -- quem vive perto dela -- e ao Sudeste e Sul. Ao chegar sem qualificação nas cidades, é possível que tenham dificuldade em conseguir empregos.

Em seguida, o Sistema Único de Saúde será sobrecarregado. Somado às condições sociais e financeiras, em 2050 um terço da população brasileira terá mais de 60 anos. O que demanda mais cuidados com a saúde.

 O passado e o futuro


Será que existe uma semelhança entre migrações do Nordeste que aconteceram para a região Sudeste no passado? “Pode haver semelhanças, mas o movimento histórico ocorreu devido à estagnação do Nordeste e o crescimento acelerado do Sudeste; agora o problema está relacionado à mudança climática”, conta Domingues.

Apesar de o estudo ter focado na região Nordeste, o impacto será sentido em todo o país. “Por exemplo, será inviável plantar café no sul de Minas Gerais. Mas o Rio Grande do Sul poderá se beneficiar dessa nova colheita”, explica Domingues. Além disso, o Sudeste e o Sul possuem suas economias também estabelecidas na indústria, o que diminui o problema direto decorrente das alterações climáticas.

O problema relatado pelos estudiosos parece uma “bola de neve” que devastará o Brasil inteiro. Mas existem soluções. “Para mudar essa futura situação, é necessário investir agora em algumas adaptações”, conta Barbieri. “Isso implica novas tecnologias, cultivos mais resistentes ao calor e captação de recursos hídricos para o Nordeste”, diz. Inclusive, em preparar as áreas urbanas para absorver e minimizar problemas com a saúde.

“Com esse estudo esperamos que sejam criadas políticas públicas para atenuar o problema”, afirma Domingues. Afinal, a outra solução demanda esforço global e não apenas brasileiro: diminuir a emissão mundial dos gases de efeito estufa.

Para realizar o estudo, pesquisadores construíram um modelo demográfico que engloba fecundidade, mortalidade e migração da população em todo o Brasil. Incorporaram os efeitos das variáveis econômicas dentro dos cenários de mudanças climáticas. Por fim, quantificaram a vulnerabilidade nordestina na área da saúde e o impacto no Sistema Único de Saúde (SUS). 

Desigualdades internas

 

O impacto econômico das mudanças climáticas no Nordeste será de 11,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2050. Essa perda equivale a, aproximadamente, dois anos de crescimento da economia da região. As áreas com mais problemas para a plantação estarão nos estados do Ceará, Piauí, Paraíba e Pernambuco. Os que mais sofrerão devido à diminuição no PIB serão Pernambuco, Paraíba, Piauí e Ceará. O menos atingido será Sergipe, pois possui terras mais férteis. Apenas 93 municípios nordestinos apresentarão consumo familiar maior do que a média nacional.

Existem dois processos distintos de fluxos migratórios previstos para ocorrer até 2050. Entre 2025 e 2030, os nordestinos deverão recorrer às próprias capitais. Isso porque o cenário prevê um impacto das mudanças climáticas relativamente maior nas regiões Sul e Sudeste nesse intervalo de tempo. A partir de 2035, quase meio milhão de habitantes deixarão a região, principalmente, rumo às capitais metropolitanas nordestinas. O processo de migração deve ser maior a partir das regiões metropolitanas do Recife, de João Pessoa e de Teresina. As cidades de Salvador e São Luís provavelmente perderão população para a Amazônia.

Os municípios com perdas populacionais significativas causadas pela migração até 2030 estão localizados no estados da Bahia, do Maranhão e de Pernambuco. Ganhos populacionais deverão ocorrer no Nordeste central -- Piauí, Ceará, Sergipe e Rio Grande do Norte -- e no noroeste da Bahia. A partir de 2035, a predominância será a da emigração municipal em todo o Nordeste. Haverá um processo de perda de população em quase todo o Semi-Árido e Nordeste Setentrional. As exceções se localizarão no Sergipe, no norte e no sul do Ceará, no norte e sudeste do Rio Grande do Norte e em municípios do centro e do norte do Maranhão.

Apesar do pequeno crescimento populacional previsto para o nordeste e a baixa expectativa de vida -- devido às altas taxas de mortalidade infantil --, a pouca cobertura de saneamento básico registrada no Nordeste indica o potencial problema de saúde que pode ser agravado pelos impactos das mudanças climáticas. As estimativas levam em conta o grau de vulnerabilidade para doença de Chagas, dengue, leishmaniose tegumentar e visceral, leptospirose e esquistossomose, além de dois indicadores da qualidade da saúde infantil -- mortalidade por diarréia e desnutrição. Ceará e Pernambuco serão os estados com maior vulnerabilidade.


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Na Índia, em sete ataques terroristas pelo menos 125 mortos

Mortos em ataques aumentam para 125, diz governo indiano

A informação foi dada pelo Ministério do Interior, em Mumbai.
Grupo islâmico quase desconhecido assumiu a autoria dos ataques.

Do G1, em São Paulo


O número de mortos aumentou para 125 nos ataques simultâneos em pelo menos sete pontos distintos em Mumbai, principal centro financeiro da Índia, na noite de quarta-feira. A informação foi dada pelo Ministério do Interior nesta quinta-feira (27).


Segundo o ministério, entre os mortos estão, pelo menos, seis estrangeiros. Um deles é um britânico, segundo o governo do Reino Unido.

Há ainda 327 pessoas feridas, sendo 26 policiais, 294 indianos e sete estrangeiros. Devido ao fato de o ataque acontecer em diversos pontos, os números ainda não são totalmente definitivos. Há ainda reféns sob poder de atiradores.

Um grupo islâmico quase desconhecido, chamado Deccan Mujahideen, assumiu a autoria dos ataques em e-mail enviado à imprensa, segundo a TV local. 

Dois brasileiros, que estão em Mumbai, contaram que tiveram que ficar 'presos' no hotel e em casa para evitar serem alvos dos terroristas.

 

Mapa localiza os pontos onde ocorreram os ataques em Mumbai (com informações e foto da AP)

Nesta quinta-feira, a polícia indiana vem fazendo uma operação em dois hotéis de luxo de Mumbai para libertar reféns que estão em poder de seqüestradores. Os crimonosos são responsáveis pela série de ataques. 

 

Veja fotos dos ataques

 

Ataques externos

O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, disse nesta quinta que os ataques foram planejados e que, provavelmente, tinham 'ligações externas'. "Foi um ataque bem planejado e orquestrado, provavelmente com ligações exteriores, que pretendem implantar o terror."

  

Veja cronologia dos principais ataques terroristas na Índia

As autoridades decretaram alerta nacional, e o governo da Índia, encabeçado por Manmohan Singh, convocou reunião de gabinete para estudar a situação.

O chefe de governo regional, Vilasrao Deshmukh, reconheceu que a situação “é grave”. Diante desse quadro de impasse, ele impôs toque de recolher na região central de Mumbai e deu folga para os funcionários públicos. Universidades, escolas e a Bolsa de Valores estão fechadas. 

 

 

Como aconteceu

Segundo a polícia, tratou-se de uma série coordenada de ataques terroristas, realizados por homens fortemente armados, que tinham como alvos turistas ocidentais.

 

Mapa localiza Mumbai, local dos ataques desta quarta-feira (26). (Foto: Arte G1)

Vilasrao Deshmukh, ministro-chefe do estado de Maharashtra, do qual Mumbai é capital, disse que a situação ainda não está sob controle na cidade. Segundo ele, 11 policiais morreram nos combates.

 

Ao menos sete pontos do sul da cidade, alguns deles turísticos, foram alvos dos atiradores: entre eles, uma estação de trem (Chhatrapati Shivaji Terminus), dois hotéis de luxo (Taj Mahal e Oberoi) e um restaurante (Leopold), todos freqüentados por turistas estrangeiros. Um quartel da polícia também foi atacado.


De acordo com outro chefe da polícia local, A.N. Roy, os atiradores usaram rifles automáticos e granadas nos ataques.

Segundo testemunhas, os agressores, homens com idades entre 20 e 25 anos, perguntavam às vítimas se elas tinham passaportes britânicos ou norte-americanos.

 

Repercussão

O Itamaraty condenou os ataques e informou que, segundo o consulado na cidade, não há registro de cidadãos brasileiros entre as vítimas.

A Casa Branca também criticou os atentados e lamentou a "perda de vidas inocentes" que resultou deles. O governo americano disse que reuniu funcionários de contraterrorismo, inteligência e defesa para avaliar os ataques e oferecer ajuda à Índia. 

 

Segundo um porta-voz, o presidente George W. Bush estava sendo mantido informado sobre a situação e sobre a suposta "situação de reféns".

O Departamento de Estado dos EUA, por meio de seu porta-voz Robert Wood, condenou fortemente os ataques e disse que não havia informações sobre vítimas norte-americanas.

O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, condenou os atentados e disse que os EUA e a Índia devem trabalhar em conjunto para combater as redes terroristas.

"Estes ataques coordenados a civis inocentes demonstram como é grave e urgente a ameaça do terrorismo. Os Estados Unidos devem continuar a fortalecer as parcerias com a Índia e com as nações ao redor do mundo para cortar pela raiz e destruir as redes terroristas", disse o porta-voz de Segurança Nacional de Obama, Brooke Anderson.

A Eurocâmara informou que nenhum dos deputados da União Européia que estavam em missão na cidade se feriu. De acordo com porta-voz do parlamento, eles estavam em um restaurante no momento dos ataques.

O eurodeputado espanhol Ignasi Guardans disse à agência EFE que ele estava retido no restaurante e não podia sair por "razões de segurança".

A Índia registrou vários atentados a bomba nos últimos anos. Embora a maioria dos atentados tenha sido creditada a militantes islâmicos, a polícia também prendeu extremistas hinduístas suspeitos em alguns casos.


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Ministro diz que PMDB está 'de braços abertos' para receber Aécio

Para Hélio Costa, tucano deve ter 'coragem' de deixar PSDB por 2010.

Ministro das Comunicações considera candidatura de Serra consolidada.

Da Agência Estado


O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse nesta quinta-feira (27) que considera "muito provável" uma eventual saída do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, do PSDB e afirmou que o PMDB está de "braços abertos" para recebê-lo.

 

Para o ministro, caso queira ser candidato à Presidência em 2010, Aécio precisa ter a "coragem de mudar de partido", pois a candidatura do governador de São Paulo, José Serra, está "muito consolidada" na legenda tucana.


"Nós peemedebistas estamos de braços abertos para recebê-lo, se amanhã ele quiser mudar de partido e é muito provável que venha acontecer. Nós mineiros lamentamos o fato de que, sendo ele do PSDB, ele fica limitado em suas andanças e proposições como candidato a presidente da República", afirmou Costa.

 

"Se quiser ser candidato a presidente, vai ter que ter a coragem de mudar de partido, porque no PSDB o candidato chama-se José Serra."

 

 

  'Prematuro'

O governador mineiro disse discordar da avaliação do ministro e voltou a afirmar que o debate sobre a sucessão de Lula é "prematuro".

 

"Eu tenho uma interlocução muito fácil com o ministro Hélio Costa e com outras lideranças do PMDB como o presidente Fernando Diniz. Agora acho que é absolutamente prematuro estarmos tratando de sucessão em 2010, seja presidencial ou governamental."

 

Sobre a candidatura "consolidada" de Serra, Aécio disse que respeita, mas discorda do ministro. O governador tem repetido que não pretende deixar o PSDB e que espera aproveitar a boa relação com os peemedebistas para atrair o partido para uma aliança com os tucanos em 2010 .

 

Na terça-feira (25), Aécio disse que "ninguém governará o Brasil nos próximos anos sem uma presença importante ou sem a participação do PMDB". O ministro esteve na Assembléia Legislativa de Minas, onde assinou outorga para a concessão de sinal aberto à TV da Casa.


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TSE volta atrás e mantém governador da Paraíba no cargo

Liminar não altera decisão que cassou o mandato do governador da PB. 

Decisão só garante que ele fique no cargo até análise de recursos no TSE.

Diego Abreu Do G1, em Brasília


O governador da Paraíba, Cassio Cunha Lima (PSDB) (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu liminar nesta quinta-feira (27) ao governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), e a seu vice, José Lacerda Neto (DEM), que garante a permanência de ambos nos respectivos cargos até que se esgotem as possibilidades de recurso no tribunal contra a decisão da última quinta (20) do próprio TSE, que cassou o mandato dos dois por abuso de poder econômico e político e por prática de conduta vedada a agente público.

Em plenário, por cinco votos a dois os ministros do TSE decidiram acatar embargo de declaração impetrado por Cunha Lima e Lacerda Neto na quarta (26) contra a decisão, que além de cassar os mandatos, havia determinado que o segundo colocado nas eleições para governador da Paraíba em 2006, senador José Maranhão (PMDB), tomasse posse no cargo.

Até então, governador e vice não haviam deixado seus cargos porque o TSE ainda não publicou o acórdão no Diário da Justiça. Apesar de manter o governador no cargo, a liminar concedida nesta noite não altera a decisão do último dia 20 que cassou o mandato de ambos. 

 

STF


Na quarta (26), o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, arquivou a ação cautelar em que o vice-governador da Paraíba pedia que fosse suspensa a determinação de que José Maranhão tomasse posse no governo do estado da Paraíba.

Para arquivar o pedido, Lewandowski alegou o uso da súmula 635 do STF, que determina que eventual medida cautelar deve ser solicitada no tribunal de origem, que neste caso é o TSE. Para ele, só caberia ação cautelar no Supremo depois de esgotadas todas as possibilidades de recurso no TSE.

Cássio Cunha Lima teve o mandato cassado sob a acusação de ter distribuído 35 mil cheques a cidadãos carentes durante a campanha eleitoral de 2006, por meio de programa assistencial da Fundação Ação Comunitária (FAC), vinculada ao governo estadual. Segundo a denúncia, os cheques totalizam cerca de R$ 4 milhões. Ele nega as acusações.

 

Cunha Lima afirmou que foi condenado por crime que não cometeu, mas que "a história vai reparar tudo isso". "2008 ficará na história como o ano que teve o maior equívoco judicial, porque fui condenado por aquilo que não fiz", declarou Cunha Lima.

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Mantega admite que meta de crescimento de 4% para 2009 é 'ambiciosa'

Ministro diz que governo impedirá fim do ciclo de crescimento em 2009.

Ele também afirma que o Brasil ainda enfrenta problemas de crédito.

Marcelo Cabral Do G1, em São Paulo 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na noite desta quinta-feira (27), em evento da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), em São Paulo, que a meta de crescimento de 4% para o país no próximo ano é "ambiciosa, mas exeqüível". Segundo ele, o governo brasileiro está disposto a tomar medidas para "impedir que a crise aborte o ciclo de crescimento vivido pelo país".

O ministro admitiu que o país enfrenta "desafios" devido à crise internacional. De acordo com Mantega, "ainda há problemas de oferta de crédito em dólar e em real, e o custo financeiro está muito elevado". Ele diz que o governo brasileiro está atento e monitorando desdobramentos da crise para enfrentar esses problemas.

 

Entre as medidas defendidas pelo país para estimular o crescimento no ano que vem está a continuidade das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

 

Teste de fogo

De acordo com Mantega, a solidez do sistema financeiro brasileiro foi posta à prova no auge da crise financeira, em setembro e outubro. "Enquanto no exterior vários bancos sucumbiram frente a uma das maiores crises da história, os bancos brasileiros absorveram competentemente o impacto", ressalta.

 

Segundo ele, o país possui "instituições financeiras capitalizadas, grau adequado de alavancagem e estão submetidas a regras mais rigorosas que a média internacional", ressaltou Mantega.

O ministro também lembrou que as conseqüências da crise no Brasil são menores que no resto dos países emergentes. Para ele, o país tem fundamentos sólidos e uma economia que ganhou "musculatura" com o crescimento do mercado interno nos últimos anos. "Isso indica solidez da política fiscal e dá solidez para enfrentar a crise."

 

Regulação internacional

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, presente ao mesmo evento, defendeu uma maior regulação para o funcionamento do sistema financeiro mundial. Segundo ele, os bancos "tendem a um otimismo exacerbado durante épocas de crescimento".

 

Na visão do presidente do BC, o ideal seria buscar novas regulações de provisionamento. Para ele, os bancos internacionais "não aproveitaram a época de bonança para aumentar o seu nível de capitalização", como aconteceu no Brasil.

"O Brasil fez isso. Acumulou reservas que agora podem ser usadas e recursos estão sendo liberados via compulsório", disse Meirelles, lembrando que o BC já liberou quase R$ 100 bilhões por meio de mudanças de regras no compulsório.

Segundo ele, com mais provisão, é possível diminuir os efeitos da crise. Para Meirelles, o sistema bancário brasileiro está em melhores condições que a média mundial por ter níveis de provisionamento superiores.

 

O presidente do BC disse que, em sua opinião, "a prudência compensa" e deixou como recado uma frase para os representantes dos associados da Febraban presentes ao evento: "Vamos devagar que eu estou com pressa."

 

O ano de 2008

O presidente da Febraban, Fábio Barbosa, afirmou que "enquanto 1968 foi o ano que nunca acabou, 2008 é o ano que todos querem que acabe logo". Para ele, a economia brasileira foi submetida a um "teste de estresse" por uma crise "que não é apenas financeira, mas econômica". No entanto, Barbosa disse que "tudo indica que podemos estar deixando para trás o momento mais agudo da crise".

De acordo com Barbosa, durante a turbulência os bancos nacionais "cumpriram o seu papel" e já aumentaram o nível de crédito disponível no mercado em outubro, na comparação com setembro. Segundo ele, os bancos nacionais são "sólidos e têm atuação transparente", sendo modelo de regulação bancária para o resto do mundo.

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Prejuízos com a chuva no Vale do Itajaí já são de R$ 360 milhões

Projeção é da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina. 

Fornecimento de gás no estado vai levar 20 dias para ser normalizado.

Do G1, com informações do Jornal Nacional


 

A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) já fez alguns cálculos para tentar medir o prejuízo com as chuvas. Segundo os empresários, só no Vale do Itajaí - que responde por um quarto da economia do estado - as perdas já chegam a R$ 360 milhões.

Veja o site do Jornal Nacional

 

A enchente destruiu empresas de pesca em Navegantes, uma das cidades mais atingidas do litoral do estado. O Porto de Itajaí, o maior exportador de carne congelada do Brasil, está parado. Parte da estrutura foi destruída, e a reforma vai custar R$ 200 milhões.

Enquanto isso, os exportadores estão perdendo dinheiro. A Fiesc estima prejuízos de R$ 70 milhões por dia por causa da paralisação.

 

Corte de gás

A chuva também afetou o abastecimento de gás natural do estado. As indústrias de cerâmica, que dependem do combustível, foram seriamente afetadas. Os empresários do setor calculam que as perdas chegarão a R$ 120 milhões.

“Nós deixamos de faturar por cada dia aproximadamente R$ 1,3 milhão. O prejuízo, além de financeiro, (...) é irreparável de imagem para a empresa. Nós sempre fomos uma empresa que cumprimos religiosamente os nossos compromissos de entrega”, diz o empresário Rogério Sampaio.

Segundo a companhia estadual de gás, o fornecimento do combustível vai levar 20 dias para ser normalizado. Técnicos da Petrobras, que trabalham no conserto do gasoduto Brasil-Bolívia no Vale do Itajaí, dependem de uma trégua da chuva.

 

Ajuda federal

O corte do fornecimento de gás natural também prejudica motoristas e postos de combustíveis. O problema começou no domingo, quando a tubulação rompeu. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou uma ajuda federal para os setores que dependem do gás.

“Estamos encaminhando gás através de caminhões, frota de caminhão levando tanto para Santa Catarina quanto para o Rio Grande do Sul. (Estamos garantindo) fornecimento de diesel para a indústria e alguns órgãos que possam utilizar esse combustível”, afirmou o ministro.

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