Segundo advogado, agentes exigiram certidão de nascimento para comprovar parentesco.
Um dia antes, irmão enviou roupas e remédios para Cacciola.
O irmão do ex-banqueiro Salvatore Cacciola foi barrado nesta sexta-feira (18) ao tentar visitá-lo no presídio de segurança máxima Bangu 8, na Zona Oeste do Rio. A informação foi confirmada ao G1, por telefone, pelo advogado Carlos Eluf, que defende o ex-banqueiro.
Segundo Eluf, o irmão, Alfredo Cacciola, não conseguiu entrar no presídio porque estava sem a certidão de nascimento, que comprova o parentesco. "Ele estava com a identidade, mas eles não deixaram ele entrar. Exigiram a certidão de nascimento. Imagina só, um homem de 60 anos tendo que comprovar que é irmão do preso", declarou Eluf.
O advogado conta que, um dia antes, Alfredo enviou roupas e remédios para o irmão, quando ele ainda estava no presídio de Ary Franco, no subúrbio. Cacciola foi transferido para Bangu 8 por volta das 23h de quinta-feira (17), onde divide a cela com outros presos, todos com nível superior.
Segundo Eluf, nenhum outro parente, nem mesmo os filhos de Cacciola, tentaram visitá-lo. "Ele até prefere não ser visitado no presídio, mas está bem. Tem sido bem tratado e não reclamou de nada. Ele é uma pessoa fácil de conviver".
Na próxima semana, o ex-banqueiro deve comparecer ao Tribunal Regional Federal, para uma audiência. "Na próxima sexta-feira (25), ele vai ao TRF numa ação em que é acusado de usar indevidamente empresas para operações financeiras, que seriam privativas do sistema bancário", explica.
A defesa espera que o ex-banqueiro, agora o único réu no processo, seja ouvido. "As outras pessoas (réus) foram absolvidas. Havia um pedido de prisão preventiva contra ele (Cacciola) e eu já tinha ganhado um habeas corpus determinando que ele fosse ouvido por rogatória na Itália. Agora estamos requerendo que ele seja interrogado aqui." Na audiência de sexta-feira, serão ouvidas as testemunhas de acusação.
Extraditado, Cacciola chegou ao Rio de Janeiro na quinta-feira (17). Ele não usava algemas e de lá seguiu direto para a sede da Polícia Federal, na Zona Portuária, onde falou com a imprensa.
Os advogados do ex-banqueiro, Carlos Eluf, Guilherme Eluf e Alan Bousso, já tinham dito que seu cliente seria transferido para Bangu 8 por ter direito a ficar em cela especial por ter curso superior. Cacciola é economista. A defesa quer, ainda, que ele responda às acusações em liberdade.
13 anos
Cacciola foi condenado em 2005 por gestão fraudulenta e peculato. Ele deverá cumprir 13 anos de prisão por sua responsabilidade na quebra do Banco Marka e por ter se valido de recursos públicos para recuperar o capital perdido com a quebra do banco.
Segundo o advogado Alan Bousso, Cacciola fez uma viagem tranqüila de Paris para o Rio. "A chegada foi tranqüila, feita com muita dignidade pela Polícia Federal, respeitando os preceitos dos direitos humanos. A ordem judicial foi cumprida e só temos a tecer elogios à equipe da Polícia Federal", disse Bousso.
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