terça-feira, 8 de julho de 2008

Petrobras confirma refinaria

Galeria Segundo diretor da Petrobras, Lula e Sérgio Gabrielli anunciarão o empreendimento em visita ao Estado

Rio / Fortaleza. Está confirmada a refinaria Premium 2 no Ceará. No momento, Petrobras e Governo do Estado concluem os detalhes em relação à infra-estrutura a ser garantida para o projeto — como fornecimento de água e condições dos píeres no Porto de Pecém, entre outros. As informações foram repassadas ontem, pelo diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, durante entrevista coletiva da Transpetro, no Rio de Janeiro.

´Ainda nesse mês, teremos o acordo de cooperação entre a Petrobras e o Governo do Ceará assinado´, informou Costa, acrescentando que o presidente Lula e o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, anunciarão o empreendimento no Estado. Segundo ele, o terreno onde a unidade de refino será instalada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, já está definido. ´Esta refinaria, assim como a do Maranhão, já consta no portfólio da Petrobras´, acrescentou o diretor.

Estado confirma

Mesmo sem definir uma data, o presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, prevê para breve a vinda do presidente Lula ao Ceará. Segundo ele, Lula virá para a inauguração do terminal de regaseificação de gás natural liqüefeito (GNL) e para prestigiar a assinatura do memorando de entendimentos (MOU) entre a Petrobras e o governo Estadual, para a construção da Refinaria Premium 2, no Pecém.
De acordo com Balhmann, no memorando consta a definição dos papéis, das responsabilidades de cada um dos parceiros nos projeto. ´O memorando aponta o que cabe a cada parceiro executar, define a área, os volumes de água, gás e energia e demais insumos necessários ao empreendimento´, explica o titular da Adece.
Ele observa no entanto, que o MOU não define prazos para cumprimento de metas, apenas sinaliza com parâmetros globais das atividades a serem desenvolvidas por cada um dos entes parceiros.
Há um mês, Paulo Costa, juntamente com outros diretores da Petrobras, esteve reunido com o governador Cid Gomes e alguns secretários de Estado, para apresentar as exigências da empresa para a implantação da refinaria em solo cearense. No encontro foram criados seis grupos temáticos para definir o que o Estado poderia oferecer para garantir o empreendimento. Havia um prazo de 120 dias para a assinatura de um memorando de entendimentos entre as partes, mas a expectativa por parte do governo era de que a questão pudesse ser definida antes.
Premium 2
A Premium 2 terá capacidade de produzir 300 mil barris de petróleo por dia, tornando-se, quando entrar em operação, a quarta maior unidade de refino do País, ficando atrás apenas da Refinaria do Planalto Paulista (Replan), em Paulínia (SP), com capacidade para 340 mil barris/dia; da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, com 330 mil barris/dia e da nova unidade prevista para o Maranhão, a Premium, que poderá refinar até 600 mil barris/dia. O investimento para a unidade cearense será de US$ 11,1 bilhões. Segundo o diretor de Abastecimento, a petrobras planeja construir novas cinco refinarias até 2016.

CEARÁ PODE SER CONTEMPLADO
Transpetro anuncia edital para 22 navios

A Inace foi convidada a participar da licitação para a construção de navios de menor porte

Rio. A Petrobras Transporte S/A (Transpetro) anunciou ontem, em coletiva na sede, no Rio de Janeiro, o lançamento dos editais de duas licitações internacionais para a segunda fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), que prevê construção de 22 navios, orçados em R$ 2 bilhões, renovando a indústria naval brasileira.
O anúncio deverá beneficiar, em especial, estados como Rio de Janeiro, responsável por 40% da produção nacional, e Pernambuco, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que estão crescendo na área. Entretanto, o Ceará poderá ser contemplado com a construção de navios de menor porte. A Industrial Naval do Ceará (Inace) foi um dos 13 petroleiros nacionais e 14 estrangeiros convidados para participar da licitação.
De acordo com o presidente da Transpetro, o cearense Sérgio Machado, o Inace, que é um estaleiro de menor porte, poderá concorrer à construção de navios para Bunker (combustível para navegação). Serão fabricados três novos petroleiros deste tipo, como mostra o edital. Segundo Machado, pela estrutura do Ceará, não há possibilidade de concorrência para embarcações maiores. ´O Ceará não tem área para construir um outro estaleiro´, afirma ele, confirmando a informação dada, com exclusividade ao Diário do Nordeste, pelo presidente do Inace, Gil Bezerra, na edição do dia 27/6/2008.
O projeto irá gerar aproximadamente 16 mil empregos até 2015, impactando positivamente em US$ 290 milhões por ano na balança de pagamentos do País. As 22 embarcações deverão demandar cerca de 220 mil toneladas de aço durante o período da construção. De acordo com Machado, a Transpetro pretende comprar o aço do Brasil, a preços semelhantes aos aplicados pela Coréia, de onde atualmente é importado a valores 30% mais baratos que os brasileiros. ´Se não for possível, nós continuaremos importando´, afirma. O frete representa cerca de 5% a 8% do custo do aço.
PROMEF 2
Meta é aumentar nacionalização
Rio. Foi anunciada ontem também a compra direta do gaseiro Metaltanque VI, por US$ 44 milhões. O navio já está em fase de construção pelo estaleiro Itajaí, de santa Catarina.
O Promef 2 tem a meta de elevar de 65% para 70% o índice de nacionalização dos materiais utilizados para a construção dos navios. No Pronaf 1, foram licitados 26 navios, somando um valor de US$ 2,48 bilhões. Segundo Machado, com o crescimento da demanda internacional pelo etanol brasileiro e com as novas descobertas de petróleo na chamada camada pré-sal (em águas profundas), a revitalização da indústria naval brasileira torna-se necessária.
´Um País que gasta US$ 10 bilhões por ano com transporte marítimo, não pode deixar de ter uma indústria naval competitiva´, afirma. ´Hoje, somos o décimo país do mundo no ranking dos produtores de navios, queremos, com o projeto, passar a sexto´. O presidente da Transpetro afirma que o Brasil tem potencial para construir até 60 navios por ano.
Fonte:Diariodonordeste.com.br

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