Presidente afirmou que economia do país está sob controle.
Ele voltou a defender os biocombustíveis: ‘Brasil não pode ter medo do debate’, disse.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar nesta terça-feira (29), durante inauguração da primeira unidade de biodiesel da Petrobras, em Candeias (BA), que a economia brasileira está sob controle. Ele afirmou que o país conseguiu manter o crescimento mesmo com a crise imobiliária enfrentada pelos Estados Unidos.
Além da inauguração da fábrica de biodiesel, o presidente também lançou a Petrobrás Biocombustível, uma subsidiária da Petrobras criada para conduzir as atividades relacionadas aos biocombustíveis (clique aqui para ler mais).
“Há cinco anos, se tivesse acontecido [a crise imobiliária], o Brasil tinha pego pneumonia. Agora estamos muito bem, graças a Deus”, disse o presidente.
Segundo ele, o governo fará “qualquer coisa” para manter a inflação sob controle. “Dentre os emergentes, o país tem a inflação mais baixa. A nossa está controlada e vamos fazer qualquer coisa para manter. Só ganha com a inflação quem especula. Quem trabalha e recebe salário, só perde”, disse.
Lula afirmou que o país vai controlar a inflação com mais produção. Ele voltou a defender os biocombustíveis e disse que o Brasil não pode temer o debate a respeito do assunto. “O Brasil não pode ter medo do debate internacional, daqueles que dizem que por conta da produção do biocombustível o preço do alimento está subindo.”
Ele disse que o seminário sobre o biocombustível que acontecerá em São Paulo no mês de novembro será importante para o país. “Se alguém me provar que o que estamos fazendo diminui os alimentos. Não seria louco de deixar de encher o nosso tanque para encher o tanque do carro.”
O presidente disse que inaugurar a primeira usina de biodiesel o "toca profundamente". Citou que o biodiesel foi patenteado em 1975 e que somente em 2003 passou a ser produzido. "Ficou de 1975 a 2003 sendo apenas uma teoria bonita, discutida academicamente nas universidades."
Lula estava acompanhado da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário), Edison Lobão (Minas e Energia), Geddel Vieira (Integração Nacional); os governadores Jaques Wagner (Bahia) e Eduardo Braga (Amazonas); e o presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima.
O presidente participou da cerimônia de posse da diretoria da Petrobrás Biocombustível e entregou crachás aos diretores. Entre eles está o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rosseto.
Lula disse que a nova empresa terá que fazer contratos de longo prazo, de no mínimo cinco anos, com os agricultores. “Para dar garantias de que vai ter compromisso de produzir e Petrobras, o compromisso de comprar”, explicou. “Acabou esse negócio de não ter pra quem vender”.
O presidente disse que a criação da nova empresa gerou impasses dentro do governo. "Não pensem que foi fácil chegar aqui não. A Petrobras relutou, pensa que fazer essa planta foi fácil? Que o Gabrielli acordou com vontade de fazer? Isso foi muito cacete, muita briga. (...) A Petrobras fica com medo de perder a importância. Não vai. Quanto mais a Petrobras colocar seu conhecimento para produzir, vai ser infinitamente mais forte", afirmou.
Disse ainda que a produção de biocombustíveis pode "demorar um pouco para dar certo" e que precisará de investimentos. "Sabem quanto tempo a Petrobras levou para ser autosuficiente? (...) Levou 56 anos. Mas como Deus deu uma passadinha no Brasil e fincou o pé, descobrimos o pré-sal. Mas se não fossem os investimentos. É preciso investir em tecnologia e o retorno pode ser zero. É uma decisão de coragem."
O presidente da Petrobrás Biocombustível, Alan Kardec, citou que um dos desafios será se relacionar com a agricultura familiar. “A relação com a agricultura familiar, esse é o nosso desafio mais fundamental. Aí é que está o sucesso do negócio do biocombustível. E a empresa trabalhará com práticas adequadas nas relações trabalhistas. Não existirá palavras como trabalho infantil e trabalho degradante.”
Segundo ele, a empresa será “voz permanente para esclarecer ao mundo que no Brasil não temos dilema entre a produção de biocombustível e a de alimentos.”
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