sexta-feira, 30 de maio de 2008

Mianmar :Junta Militar manda desabrigados de volta para casa

Ciclone que devastou o sul de Mianmar deixou oficialmente mais de 133.600 mortos.Muitos dos desabrigados reclamam da falta de apoio do governo.
O governo de Mianmar (ex-Birmânia) mandou os desabrigados a deixar os campos de abrigos criados após a passagem do ciclone no começo do mês.
“É melhor eles irem para suas casas, onde é mais estável”, disse um representante da Junta Militar. “Aqui eles contam muito com as doações”, completou.
Muitos dos desabrigados reclamam da falta de apoio do governo. Dizem que não recebem a cota de arroz prometida.
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O ciclone Nargis, que devastou o sul de Mianmar nos dias 2 e 3 de maio, deixou oficialmente mais de 133.600 mortos e desaparecidos, além de 2,4 milhões de desabrigados.
Acusação
A Junta Militar acusou os simpatizantes de Aung San Suu Kyi, líder da oposição e prêmio Nobel da Paz, de "explorar politicamente" a catástrofe humanitária provocada pelo ciclone Nargis para estimular a revolta da população. O jornal oficial “New Light of Myanmar” afirmou na edição de quinta-feira (29) em um editorial que a Liga Nacional pela Democracia (LND), o partido de Suu Kyi, "tenta explorar a situação politicamente, ao invés de cooperar com a população". "A LND tenta atiçar o descontentamento das vítimas e os problemas, para que a ira da opinião pública resulte em distúrbios", acrescenta o jornal, que critica o "egoísmo e a falta de escrúpulos" do principal partido de oposição. As autoridades birmanesas prolongaram na terça-feira por um ano a prisão domiciliar de Aung San Suu Kyi, em vigor desde 2003. Quase quatro semanas depois da passagem do tufão, a maioria dos desabrigados ainda não recebeu nenhuma ajuda internacional, segundo a ONU. A Junta impediu durante muito tempo a entrada de voluntários estrangeiros na área devastada. O jornal governamental também qualificou de "sem fundamento" e "absolutamente inaceitáveis" as informações publicadas nos últimos dias pela imprensa estrangeira sobre os esforços das autoridades locais para impedir que os particulares birmaneses ofereçam ajuda às vítimas do ciclone. Voluntários que retornaram das regiões devastadas afirmaram que a situação continua sendo trágica. Muitos pedaços de corpos de pessoas e animais seguem em decomposição nos arrozais e os desabrigados estão desamparados. Depois de ter recusado qualquer ajuda estrangeira, a junta birmanesa começou a abrir progressivamente o delta do Irrawaddy aos voluntários internacionais após a visita ao país, semana passada, do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Segundo Richard Horsey, porta-voz das Nações Unidas em Bancoc, todos os funcionários da ONU podem viajar agora à zona devastada com 48 horas de aviso prévio.
"Não tivemos nenhum problema de vistos nos últimos 10 dias", afirmou.
Fonte:G1

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