O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer que o Mercosul e a América Central negociem um tratado de livre comércio (TLC), aproveitando as relações de "dinamismo" que prevalecem com o crescente intercâmbio comercial, que passou de US$ 594,7 milhões, em 2003, para US$ 1,7 bilhão, em 2007.
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"O desejo que nós temos é que o Sica (Sistema da Integração Centro-Americana) se associe ao Mercosul", disse Lula, em um encontro de empresários brasileiros e centro-americanos realizado em um hotel da capital salvadorenha.
Lula, que chegou na quarta à noite a São Salvador para se reunir com seus homólogos do Sica, integrado por Belize, Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Panamá, além de República Dominicana como país associado, destacou que todos sabem "da importância" de estabelecer uma maior relação comercial.
"As negociações de um TLC entre América Central e Mercosul têm sido um desafio do Brasil e dos nossos sócios (do Mercosul) há algum tempo. A diferença, agora, é que nossa relação com os países centro-americanos (...) passa por um período de dinamismo sem precedentes em termos de comércio, investimentos e cooperação", garantiu Lula.
A troca comercial com os países do Sica, acrescentou o presidente brasileiro, expandiu-se, significativamente, ao crescer 280% entre 2003 e 2007, com um salto de US$ 594,7 milhões para US$ 1,7 bilhão.
"Todos os presidentes sabem disso (da importância de um acordo comercial) e, muitas vezes, eu me pego pensando: 'qual é a preocupação? qual é a dificuldade?'. Se não formos audazes nesse momento, vamos nos dar conta de que existe, sim, uma crise mais profunda e uma retração maior da maior economia do mundo, isso vai trazer como resultado que todos nós vamos ter sérios problemas", alertou.
Sociedade
Lula anunciou ainda a participação do Brasil como sócio extra-regional no Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE), com sede em Tegucigalpa, Honduras.
O BCIE já tem como sócios extra-regionais países como México, Argentina, Taiwan, Colômbia e Espanha.
Segundo Lula, a participação no BCIE será "um canal a mais" para facilitar o acesso a financiamentos para novos negócios. Nesse sentido, comentou que a relação do Brasil com a América Central está adquirindo "uma nova densidade" e está voltada "para que se inicie a negociação de um acordo amplo" de livre comércio.
Lula reconhece a assimetria das regiões e destacou que o ideal é gerar "novas oportunidades onde todos possam ganhar".
O presidente brasileiro termina hoje à tarde sua visita a El Salvador.
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