O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), criticou o governo federal por não reconhecer a "influência devastadora" da crise econômica mundial sobre as finanças do setor público brasileiro. De acordo com o senador, as autoridades governamentais "apenas admitem a ocorrência de dificuldades conjunturais", mas desprezam efeitos importantes da crise mundial no país, tais como a queda da arrecadação tributária, que já começa a ameaçar o cumprimento da meta de superávit primário, fixado para este ano em 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
- O superávit primário, que representava 6,53% do PIB em janeiro de 2007 e 8,2% em janeiro de 2008, caiu para 2,14% no primeiro mês deste ano, resultado que deixa um alerta para o governo central buscar medidas para atenuar esse resultado negativo - disse.
Arthur Virgílio manifestou preocupação com o aumento de 31,6% nas despesas nominais verificado em janeiro de 2009, em relação ao mesmo período de 2008. Em sua avaliação a queda de arrecadação tributária no primeiro mês deste ano -sobretudo a diminuição de 21,6% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ocorrida no período - deveria servir de balizamento para o governo reduzir e não aumentar despesas.
O senador assinalou que, em termos reais, os gastos da máquina governamental aumentaram 15,9% no mês de janeiro, com destaque para as despesas com pessoal (23,1%), seguro-desemprego (24,2%) e custeio (26%).
O parlamentar destacou a forte perda de arrecadação, da ordem de R$ 18 bilhões, que o governo deverá sofrer devido ao incentivo fiscal de redução do IPI sobre carros, concedido para estimular a produção.
- O retorno dessas medidas [como a redução do IPI] não vem na velocidade desejada, e, em função disso, analistas do mercado já trabalham com a possibilidade de crescimento zero da economia em 2009 - alertou Arthur Virgilio, referindo-se ao fato de que os efeitos benéficos para a economia de medidas de desoneração tributária levam um tempo para serem sentidos.
Arthur Virgílio, comentando matéria publicada pela revista Veja, citou a relativa solidez do sistema bancário nacional e a estabilidade econômica propiciada pelo Plano Real, como razões que permitiriam prever um bom desempenho da economia brasileira diante da crise.
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