domingo, 18 de janeiro de 2009

Cessar fogo

Começa o cessar-fogo de Israel no terrirório palestino

Expectativa é uma reação do movimento islamita Hamas.
Ataques à Faixa de Gaza mataram mais de mil em 22 dias.

Do G1, com agências internacionais


O gabinete israelense aprovou, neste sábado (17), a trégua na guerra contra o Hamas a partir das 2h locais deste domingo (22h deste sábado, no horário de Brasília). O anúncio foi feito pelo premiê de Israel, Ehud Olmert.

Apesar da decisão, as autoridades israelenses afirmaram que querem manter as tropas em Gaza e manter o bloqueio do território.

A secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, saudou o cessar-fogo declarado por Israel, em acordo com o governo norte-americano, e expressou sua esperança de que "todas as partes" cessem imediatamente seus ataques e ações hostis.

Segundo Olmert, Israel alcançou todos seus objetivos de sua ofensiva em Gaza, mas o exército israelense permanecerá no momento posicionado em Gaza e arredores. "Nossos objetivos, da maneira que definimos quando lançamos a operação, foram totalmente atingidos e muito além. O Hamas recebeu um duro golpe", enfatizou.

A permanência das tropas israelenses em Gaza preocupa o presidente palestino Mahmud Abbas. De acordo com um porta-voz de Abbas, a decisão de Israel de decretar unilateralmente um cessar-fogo na Faixa de Gaza deve ser acompanhada com um acordo de paz formal e uma retirada completa de suas tropas.

Hamas


No momento, a expectativa é uma reação do movimento islamita Hamas, que rejeitou na noite deste sábado a trégua unilateral de Israel, em acordo com o governo norte-americano. "O inimigo sionista deve cessar todas suas agressões, retirar-se completamente da Faixa de Gaza, suspender o bloqueio e abrir as fronteiras. Não aceitaremos a presença de um único soldado em Gaza", declarou o porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum.

Às 2h (local), vai iniciar o cessar-fogo, mas continuaremos posicionados em Gaza e seus arredores. Se nossos inimigos decidirem atacar novamente, o Exército israelense vai-se considerar livre para responder com força", reforçou Olmert.

Cúpula

Ehud Olmert agradeceu a ajuda do presidente do Egito, Hosni Mubarak, ao organizar uma reunião de cúpula, neste domingo (18), que deve analisar a situação no território.


O Egito vai reunir neste domingo (18) dirigentes internacionais para discutir o conflito em Gaza. Em discurso transmitido pela televisão pública, o presidente egípcio Hosni Mubarak pediu a Israel que ponha fim "imediatamente" e "sem condições" a seu ataque e que retire todas as suas forças do território palestino.

O presidente francês Nicolas Sarkozy vai co-presidir a cúpula junto com o presidente egípcio. "Sarkozy se reuniu, neste sábado, com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, que o convidou a co-presidir, no âmbito da iniciativa franco-egípcia, a cúpula internacional que acontecerá no domingo, 18 de janeiro, em Sharm el-Sheikh, e à qual assistirão, entre outros, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown", de acordo com nota oficial da França.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também deverá estar presente por convite de Mubarak. Em sua visita ao Líbano, Ban afirmou seu interesse em participar na cúpula internacional prevista para este domingo.

A Alemanha já confirmou a realização da cúpula e a presença da chanceler Angela Merkel, assim como o presidente do governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e o rei da Jordânia, Abdullah II.

Leia também: Nenhum dos dois lados tem razão, diz Lula

Ataques à escola da ONU

Ataques israelenses atingiram vários alvos da ONU durante a ofensiva de 22 dias contra o território palestino dominado pelo Hamas. Na quinta-feira, uma sede da ONU em Gaza foi atacada , três pessoas ficaram feridas, e ajuda humanitário incendiou-se. No dia 8, um comboio com ajuda humanitária foi atacado . No dia 6, ataques a três escolas das Nações Unidas mataram 40 pessoas.

Nas imediações do colégio se registraram esta manhã duros enfrentamentos entre forças israelenses e milicianos palestinos, no vigésimo-segundo dia de ataque de Israel à região palestina dominada pelo Hamas.

Outros três palestinos morreram no começo da manhã no nordeste da Cidade de Gaza, devido ao bombardeio de navios de guerra da Marinha israelense, que deixou também 11 pessoas feridas.

O ataque teve como alvo um grupo de casas conhecido como Al-Karama, que fica perto do campo de refugiados A-Shati.

As Forças Armadas israelenses atacaram, na noite passada, pelo menos 50 alvos, que incluem oito plataformas de lançamento de foguetes, 14 túneis na fronteira sul de Gaza com o Egito e quatro supostos armazéns de armas.

No boletim diário que o Exército israelense divulga, menciona-se que foram atacadas três instalações do Hamas, seis áreas tomadas por minas e duas mesquitas usadas para disparar contra forças israelenses no centro e no norte da Faixa de Gaza.

A agência de notícias palestina "Ma'an" informa que na sexta-feira morreram 48 palestinos em ataques israelenses em Gaza, enquanto nos 22 dias da operação o número de vítimas passa de 1.160.

Foto: Editoria de arte/G1

Principais focos de ataque na Faixa de Gaza por Israel (Foto: Editoria de arte/G1)

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