domingo, 30 de novembro de 2008

No Ceará, pirataria tem crescimento

CEARÁ PERDE R$ 320 MILHÕES

Produtos pirateados: o barato que sai caro

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Além de não oferecer segurança e garantias ao consumidor, os produtos piratas custam caro aos cofres públicos

Na hora de comprar um produto qualquer, o que você mais leva em conta: a qualidade ou o preço? Se a segunda alternativa é o que pesa mais, então há uma grande probabilidade de que você integre uma parcela numerosa dos consumidores brasileiros que optam por artigos piratas. Pesquisa divulgada este mês, realizada pela Câmara de Comércio dos EUA (Amcham), comprovou o que já parece óbvio: o valor do produtos é o maior motivo para a existência da pirataria. Caso a diferença de preço entre os itens ilegais e os originais não existisse, 88% das pessoas deixariam de consumir os piratas.

Mas, como alerta o tão usado — mas não desgastado — dito ´o barato, às vezes, sai caro´. Tratando-se de pirataria, pode-se dizer que o custo sempre é maior. Considerando sete setores da economia (brinquedos, roupas, tênis, relógios, perfumes e cosméticos, jogos eletrônicos e peças para motos), o estudo mostrou que o Brasil consumiu o equivalente a R$ 23,3 bilhões com estes itens. As perdas que isso significa na arrecadação de impostos que acaba não sendo realizada chegam a R$ 18,6 bilhões. Segundo a Receita Federal, em um universo de produtos mais amplo, o montante que o País deixa de arrecadar chega a R$ 30 bilhões ao ano.

Deste total que deixa de chegar ao poder público no País, a Região Fiscal que engloba Ceará, Piauí e Maranhão responde por 1,8% — ou R$ 540 milhões — segundo estima o chefe da Divisão de Repressão da Receita Federal no Ceará, Jesus Ferreira. Segundo ele, o Ceará, neste grupo, participa com 60% do total — R$ 320 milhões não chegam ao governo.

Complementando estes dados, um estudo da Universidade de Campinas (Unicamp) indica que cerca de dois milhões de postos de trabalho deixam de ser criados no mercado formal brasileiro por decorrência da prática do comércio ilegal. ´Além de deixar de contribuir para o crescimento da economia nacional, o que significa impedir a criação de novas vagas de trabalho e a elevação dos salários, o consumidor que compra produtos piratas acaba gastando menos para pagar mais depois pelo fato de que estes itens não possuem garantia de fábrica e não oferecem segurança à saúde de quem os consome´, acrescenta o presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP), Alexandre Cruz.
Fonte: diariodonordeste.com.br

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