O deserto de Gobi, no norte da China, tem quase o tamanho do estado do Amazonas.
Temperatura chega a 40 graus abaixo de zero no inverno e 40 graus acima no verão.
O deserto de Gobi, no norte da China, tem quase o tamanho do estado do Amazonas e é considerado um dos desertos mais implacáveis do planeta: chega a 40 graus abaixo de zero no inverno e 40 graus acima no verão. As dunas chegam a 800 metros de altura.
Quem quer visitar o local, viaja uma parte de camelo e outra a pé - sempre pelo pico das dunas. Depois de uma hora de passeio, a vista é a imensidão de areia.
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Até o século 15, este era o último posto das caravanas. Partindo do ponto mais alto, as caravanas enfrentavam meses no deserto, de oásis em oásis, até o Afeganistão e depois rumo ao Oriente Médio. Naquela época, a China era um país fechado para os estrangeiros. Ninguém podia entrar. Só aqui, no ponto de partida da rota da seda é que os chineses tinham contato com outros povos, outras culturas, outras religiões.
Em um dos oásis, as montanhas guardam a história da chegada do budismo. Monges em peregrinação para a Índia escavaram quase 500 cavernas, decoradas com pinturas religiosas. Por aqui chegou também o islamismo. Os chineses convertidos nos primeiros tempos hoje são o povo Hui - 120 milhões, a maioria ainda ao longo da rota da seda.
As pequenas cidades oásis vivem um novo 'boom', por causa das siderúrgicas alimentadas pelo minério de ferro do Gobi. Os trens levam a produção para o Leste e deixam o contraste da indústria com a história.
Esta já foi a última fortificação militar da China. Antes do país avançar sobre a Mongólia e os territórios de Uygur, muçulmanos, a Oeste.
O último trecho da grande muralha, seis mil quilômetros depois do começo, fica a Leste de Pequim. Através dos séculos, esta muralha não serviu apenas para manter os inimigos do lado de fora, mas também ajudou a China a se tornar um país muito fechado.
Quando a muralha foi erguida, a China era a nação mais rica do mundo, protegendo também o maior território. Lá embaixo, as vilas agrícolas vivem uma eterna luta contra o avanço do deserto. As árvores plantadas no limite tentam manter a areia fora das plantações das lavouras.
Vendo o milho crescer bonito, a senhora Wang duvida que o Gobi um dia entre na vila onde ela colhe peras no quintal. Mas a filha, que fala inglês, diz que a nova geração se prepara para partir.
A irrigação vem do rio, que depende do degelo das montanhas. Mas as geleiras vão resistir ao aquecimento global? As ruínas da muralha milenar testemunham que a ascenção e a queda dos povos no Gobi é só uma questão de tempo.
Fonte:G1.com.br
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