Genebra, 28 abr (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou hoje que o vírus da gripe suína detectado em seres humanos "não apresentou, até agora, resistência aos dois remédios utilizados para tratá-lo", ou seja, o oseltamivir e zanamivir.
O nível de alerta sanitário mundial foi elevado nas últimas horas de três para quatro (em uma escala até seis), o que significa que foi verificada uma transmissão do vírus de pessoa a pessoa, de modo que podem surgir focos em nível comunitário.
O porta-voz da OMS, Gregory Hartl, pediu para "não cair em rumores que podem distorcer os fatos", em relação a eventuais novos focos de gripe suína.
Sobre um suposto caso detectado na China, sustentou que, "por enquanto, trata-se de um rumor".
Reiterou que a OMS não aconselha as restrições de viagens ou fechamentos de fronteiras, já que, "em termos de saúde pública, quando se viaja não é possível submeter cada pessoa a uma revisão médica e esperar deter a doença".
"Se alguém está com febre e tosse, pode ser por muitas outras razões. Por outro lado, se uma pessoa está infectada com este novo vírus, pode não apresentar sintomas", disse o porta-voz
Por isso, ressaltou, "as restrições de viagem não funcionam".
Este vírus fica em incubação entre dois e seis dias, e os sintomas severos levam cinco dias para aparecer, e é nessa fase que se entra "em um período perigoso".
No entanto, Hartl disse que "é prudente que os Governos digam a seus cidadãos que pensem duas vezes antes de ir a áreas afetadas".
O porta-voz disse também que equipes de cientistas da OMS estão trabalhando no México com as autoridades desse país em relação a este foco infeccioso.
No México, "está claro" que a infecção é transmitida dentro de pequenas comunidades, enquanto existe a "suspeita de uma transmissão entre seres humanos em outros lugares, onde não houve nenhum contato com porcos", como nos Estados Unidos, mas esclareceu que "ainda não temos uma confirmação oficial a respeito".
Afirmou que essa transmissão entre pessoas "parece ter ocorrido em uma escola em Nova York, mas esperamos confirmação oficial por parte das autoridades".
Sobre a alta mortalidade do vírus no México, Hartl disse que os especialistas ainda não encontraram uma explicação, e sustentou que esta infecção pode ter se complicado com infecções preexistentes e torná-la mais severa.
Segundo o porta-voz da OMS, "talvez não tenha se reconhecido a doença. Quando nunca se viu uma doença, os médicos não sabem como tratá-la", e acrescentou que "os que estão no início de um foco são mais vulneráveis".
O porta-voz esclareceu, em qualquer caso, que o México "conta com grandes reservas de Tamiflu (oseltamivir)". EFE
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