Médico usou 400 bolsas de compostos sangüíneos até conter problema de coagulação.
Paciente passa bem, mas ainda não foi liberado do hospital.
Do G1, em São Paulo, com informações do Portal RPC*
Roberto Custodio/Jornal de Londrina
Durante cirurgia, Onivaldo Cassiano utilizou 400 bolsas de compostos sangüíneos, o equivalente a trocar 20 vezes todo o sangue do corpo (Foto: Roberto Custodio/Jornal de Londrina)
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Uma cirurgia que durou 51 horas, no Hospital Evangélico de Londrina (PR), esgotou o banco de sangue da cidade. De acordo com o hospital, o procedimento teve início às 7h30 de 28 de julho e terminou às 10h30 do dia 30.
Ainda de acordo com o hospital, o gerente de vendas Onivaldo Cassiano, 49 anos, agora salvo, era portador de um aneurisma na aorta, principal irrigação sangüínea do corpo. De causa indefinida, a anomalia levaria o paciente a uma ruptura do órgão. Durante a cirurgia, a equipe trocaria a aorta e a válvula cardíaca.
Após as intervenções, por causa de um problema no fígado, Cassiano sangrava intensamente sem coagulação. Com 36 horas de cirurgia, com a equipe exausta e sem encontrar outra saída, o médico reabriu o paciente e refez todas as ligações, utilizando uma técnica que chamou de marmorização, com a aplicação de uma cola biológica.
“Em vez de usar as técnicas convencionais, decidi cobrir todas as junções de tecido com o coração com uma cola biológica”, diz o médico ao G1. O sangramento diminuiu, mas ainda não havia coágulo. A equipe se revezou por mais de 15 horas, sem sair do centro cirúrgico, segurando o tórax aberto de Cassiano com as mãos, enquanto compressas tentavam conter a hemorragia.
“Na hora que começou a chegar sangue fresco, depois de esgotado o estoque da cidade, a coagulação veio mais fácil. Nessa hora, eu sabia que ia coagular e era isso o que nos impulsionava a continuar apesar do cansaço. A cada momento aparecia uma esperança nova e hoje estou orgulhoso porque, como cirurgião, vivemos de insucessos e sucessos”, diz Gregori Junior.
Depois de dez dias de UTI e com lenta recuperação, Cassiano passa bem, mas ainda não foi liberado do hospital. “Ele ainda requer cuidados, mas está ótimo. Ele é um homem muito forte para agüentar tudo isso”, afirma. Há 11 anos, Gregori surpreendeu a medicina ao estancar uma hemorragia no coração de uma paciente com cola Super Bonder. Neste caso, segundo o médico, se não fosse usada uma cola biológica, a quantidade de cola Super Bonder poderia lesar o tecido nervoso do paciente.
(*Com informações do Jornal de Londrina e da Gazeta do Povo)
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