Bernardinho desabafa: 'Me chamaram de traidor, nepotista, mercenário'
Técnico diz que foi julgado por pessoas que não tinham condição moral e não garante que vá ficar na seleção após a final de domingo
Bernardinho fala da vida dentro da seleção
A chegada à decisão olímpica foi suficiente para Bernardinho soltar um desabafo pelas críticas que ele e o time brasileiro sofreram nos últimos meses. O técnico não citou nomes, mas disse que foi julgado por 'pessoas sem condições morais'.
Também falou de futuro. Bernardinho não garantiu que ficará no comando da seleção para o novo ciclo olímpico, mas deixou claro que aceita continuar se os jogadores pedirem. Confira abaixo as declarações do treinador.
Críticas que recebeu nos últimos meses
"O que me incomodou foi o julgamento de pessoas que não têm a menor condição de julgar. Umas que não tem condição moral, outras que não têm capacidade. Isso me incomodou muito. Me chamaram de tudo: traidor, nepotista, mercenário, tudo foi de alguma maneira ventilado. E o que eu vou fazer? Processo adianta o quê?"
Último ciclo olímpico
"Quando eu fui campeão em 2004, muita gente perguntou: 'Por que você vai continuar?' Eu poderia ficar fora falando: 'Olha, não tá certo, muda isso aí, troca aquilo'. No dia seguinte, se não desse certo, eu poderia mudar de opinião e pronto. Mas não era a minha intenção."
Futuro após a final
"Não sei o que eu vou fazer depois. Tenho essa cara de garoto, mas estou ficando velho. Possibilidade zero de sair do país. Tenho muita coisa para fazer no Brasil. Até porque quem herdar essa geração vai ganhar um peso pesado e eu não queria que a garotada sucumbisse a isso. Um ciclo igual é improvável. Dirigente nem pensar. E para fora do Brasil nem pensar. Vou fazer alguma coisa ligada à quadra. Tenho que fazer uma parada para fazer um balanço. Estou em apnéia há oito anos. Seleção e clube é complicado."
Chance de continuar para Londres-2012
"Estou pensando com calma naquilo que tem que fazer. Se tiver um compromisso em ficar, nós vamos fazer. Dificilmente, se tiver um pacto, eu tenho como dizer não aos caras, por tudo o que eles fizeram por mim nos piores momentos. No Pan, eles abraçaram a minha causa, deram a demonstração de que eu não era um louco ensandecido que tinha tomado uma decisão. Isso eu nunca vou esquecer. Mas vamos pensar o que é melhor para o grupo. Depois de oito anos, pode ser que seja bom um cara trazer coisas novas. Mas se eu ficar, eu tenho que rever minha vida, tenho que ver clube. Os dois juntos é fisicamente impossível."
Novo encontro com os Estados Unidos
"Não é vingança. Claro que, quando você perde em casa, como perdemos na Liga Mundial, fica aquele sentimento. Aí outros falam que tem o trauma de 1984. Claro que eu lembro. Vou pensar muito nos meus companheiros da época. Mas essa não é a nossa causa. Nossa causa é interna, é outra que não vamos revelar."
Descanso
"Gostaria de ir para uma universidade e estudar uns seis meses. Mas nesse momento eu não posso. Muitas pessoas dependem do meu projeto e eu não posso parar."
Confira o quadro geral de medalhas
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